Reorganização da educação é menos drástica do que esperado

20 de Agosto de 2025

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Reorganização da educação é menos drástica do que esperado
O trabalho político de bastidores e o bom senso da Diretoria Regional de Ensino conseguiram deixar a reorganização da educação estadual, em Fernandópolis, bem menos drástica do que o esperado. Enquanto o governo do estado anuncia o fechamento de 94 escolas espalhadas pelo estado, aqui apenas algumas “alterações pontuais”, se analisado que chegou-se a cogitar até a possibilidade de concentrar todo o ensino médio da cidade em apenas uma escola.

Como anunciado por CIDADÃO, no começo de outubro quando a secretaria estadual de Educação determinou a reestruturação da educação em todo o estado, ventilou-se a possibilidade de concentrar todo o ensino médio fernandopolense no EELAS – Escola Estadual Líbero de Almeida Silvares -, mas a ideia não frutificou e a grande quantidade de alunos nesse nível será dividida em cinco escolas: o próprio EELAS, Armelindo Ferrari, José Belúcio, Antônio Tanuri e Saturnino Leon Arroyo.

Aliás, as quatro últimas escolas citadas não sofrerão mudança alguma e continuarão recebendo alunos do ensino médio (1° ao 3º colegial) e ensino fundamental II (6º ao 9º ano).

As grandes mudanças, porém, continuarão concentradas na área central da cidade. A EELAS não atenderá mais os alunos do 6º ao 9º ano, todos os alunos que estão nesse nível serão transferidos para a escola JAP – Joaquim Antônio Pereira –, que por sua vez, mandará todos os seus alunos do 1º ao 3º colegial para a EELAS.

A escola Carlos Barozzi, na Brasilândia, e a Barbosa Lima, do Jardim Araguaia, também serão afetadas. As duas escolas deixarão de atender o ensino médio e passarão a receber apenas os alunos do 1º ao 5º e do 6º ao 9º ano.

A Afonso Cáfaro segue com o ensino integral, no entanto, não atenderá mais no período noturno e terá de mandar essa carga de alunos para o Saturnino. A Etec não sofrerá nenhuma alteração.

Todas essas mudanças serão comunicadas aos pais até o fim do ano letivo, por meio de reuniões em suas respectivas escolas.

A REORGANIZAÇÃO

De acordo com a secretaria estadual de Educação, a medida vai reorganizar a distribuição dos alunos em unidades que atenderão cada um dos três ciclos de ensino. Um dos objetivos, segundo o estado, é melhorar o uso dos prédios escolares. A secretaria afirma ainda que escolas com ciclo único têm alunos com rendimento 10% superior às unidades com três ciclos de ensino.

“São Paulo passa de 6 milhões para 4 milhões de estudantes em menos de 20 anos. Isso ocasionou carteiras, cadeiras e, principalmente, salas vazias em muitas escolas. É a oportunidade para que a rede de ensino dê um salto de qualidade e possa oferecer às crianças, pré-adolescentes e adolescentes uma escola focada em uma segmentação de ensino”, afirmou o secretário de Educação .

MANIFESTOS

A reorganização da educação provocou uma série de manifestos em Fernandópolis, em suma, organizados pela APEOESP – Sindicato dos professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo. Os sindicalistas são contrários às alterações e mobilizaram pais e alunos em protestos que ganharam às ruas da cidade rumo à Diretoria de Ensino.

“Aquele aluno que está cursando do primeiro ao quinto ano vai ficar em uma escola, o irmão mais velho dele, que poderia estar o acompanhando para a escola, vai ficar em outro colégio. E o pior é que o estado ainda não irá assumir o transporte para essa mudança. Quem mora até dois quilômetros de distância do colégio, terá de ir a pé ou ser levado pelos pais”, criticou o diretor da Apeoesp Wilson Frazão.