Rodrigo Ortunho e sua nova fase no PMDB

20 de Agosto de 2025

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Rodrigo Ortunho e sua nova fase no PMDB

As mudanças partidárias pré-eleições 2016 estão a todo vapor e agora ganharam mais seis meses, graças à minirreforma política aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidente Dilma Rousseff no último dia 29. Em Fernandópolis, duas grandes mudanças ganharam repercussão. A primeira foi a já esperada saída de Maíza Rio do PMDB e seu ingresso PSDB. A segunda, a chegada do secretário de Desenvolvimento Rodrigo Ortunho ao PMDB, depois do rompimento também já esperado com o PSC.  A mudança partidária do jovem secretário, que ainda assumiu uma vaga na provisória do partido, mobilizou os bastidores políticos e surpreendeu alguns “caciques” que não esperavam tanta força este ano no partido do saudoso Newton Camargo.

 

Por que trocou o PSC por outro partido?

O PSC foi o partido onde eu comecei minha vida política. Inclusive, entrei no PSC a pedido do ex-deputado federal Dr. Regis de Oliveira, que em uma oportunidade que esteve em Fernandópolis me fez o convite e eu aceitei. Tive uma passagem muito feliz pelo PSC, fiz grandes amigos, disputei minha primeira eleição e consegui um bom resultado. No entanto, a situação de algum tempo para cá foi ficando insustentável dentro do partido, por conta da posição de alguns membros do diretório, principalmente do vereador, que eu não concordo. Atacam de forma desleal a administração municipal, por motivos torpes e esta não é a doutrina do partido e se não posso mudar isso por ser minoria, então o melhor era eu sair. Ameaçaram me expulsar se eu não deixasse a administração municipal e isso quero deixar bem claro: quando se assume um compromisso, este compromisso tem que ser honrado até o fim. Comecei com a prefeita no primeiro dia do mandato dela e vou com ela até o fim. 

Que resposta você dá para aqueles que ligam seu ingresso ao PMDB aos planos de reeleição da prefeita Ana Bim?

Minha ida ao PMDB não teve nenhuma participação da prefeita. O convite, como disse, partiu da provisória local e a prefeita em momento nenhum interferiu nessa questão. É lógico que hoje sou secretário municipal, cargo de confiança da prefeita e como sempre honrei esse cargo, continuarei o honrando. Porém, a prefeita não influenciou em nada na minha decisão partidária, muito pelo contrário, ela sempre nos deu liberdade para escolhermos os partidos que bem entendêssemos.      

Sua opção por um novo partido foi comunicada antecipadamente à prefeita?

Sim. Assim que recebi o convite do Fabrício (Falquette), fiquei muito animado, pelos motivos que já citei, mas antes de aceitá-lo pedi um prazo para fazer o comunicado pessoalmente à prefeita e tive o cuidado de não fazer somente a ela, mas também ao nosso vice-prefeito Zambon, que é um amigo particular. A prefeita sempre nos deu liberdade política, mas me senti na obrigação de que a primeira pessoa a saber de minha decisão fosse ela.  

Em algum momento a prefeita tentou atraí-lo para o PSD, partido dela?

Como disse, a prefeita Ana Bim sempre nos deu muita liberdade política e ela sempre deixou as portas de seu partido abertas para todos nós. Quando comuniquei que iria para o PMDB ela chegou a dizer que gostaria que eu estivesse em seu partido, mas com toda a sua experiência política respeitou minha decisão.

Você já conversou com a prefeita, depois que assumiu novo partido?

Conversei sim. Nos falamos diariamente sobre os trabalhos da secretaria de Desenvolvimento. Tudo continua como antes. Agora, sobre política apenas expus a ela as vantagens e benefícios que Fernandópolis pode ter com um secretário na provisória do PMDB, afinal, temos grandes deputados no partido, a exemplo de Itamar Borges (estadual) e Edinho Araújo (federal). Isso pode abrir ainda mais portas para o município tanto no governo do estado, como no governo federal.

Por que o PMDB?

Diante da situação que eu estava dentro do PSC, comecei a acompanhar e observar a situação dos partidos em nossa cidade, até que recebi o convite do PMDB. O PMDB é o maior partido de Fernandópolis em número de filiados, é um partido com um histórico maravilhoso em nossa cidade, nosso estado e em todo país, além de ser um partido que hoje conta com uma provisória formada por pessoas diferenciadas e principalmente de caráter e compromisso. Além de tudo que acabei de citar, ainda pesou em minha decisão o momento que o PMDB vive a nível nacional, pois vejo o partido crescendo ainda mais nos próximos anos, tendo em vista que enquanto o PSDB e PT ficam nessa disputa ferrenha, quem se sobressai é o PMDB. Sou uma pessoa que ainda acredita muito na palavra dos homens e senti muita confiança e franqueza na conversa que tive com os membros da provisória do PMDB.

Foi acordado algum compromisso entre você e Fabrício Falquette, presidente da Comissão Provisória do PMDB?

O Fabrício deixou as portas do PMDB abertas para mim e disse que o que eu decidir em termos de futuro político, o PMDB está à disposição para me acolher e apoiar. É isso que nós esperamos de um grande partido como é o PMDB, um partido que pensa num coletivo e não apenas em interesses pessoais de alguns membros.

Quais os planos para 2016? Vereador, vice ou prefeito?

Ainda é muito cedo para falar. Todos sabem que tenho pretensões políticas, já fui candidato a vereador e entendo que Fernandópolis precisa de bons nomes pleiteando cargos públicos. De momento, a primeira coisa que preciso, por estar junto com a prefeita na administração, é esperar um posicionamento dela. Ela ainda não declarou publicamente se vai para reeleição ou não. Então, por questão de compromisso, respeito e lealdade, precisamos aguardar sua decisão. Depois disso é que saberei qual rumo seguir.

Como analisa as trocas partidárias ocorridas em Fernandópolis nos últimos dias? Algumas foram surpresas?

Essas trocas são naturais em todas as vésperas de eleição. Já tínhamos notícia de algumas trocas que estariam para acontecer e, portanto, não vejo nada como anormal não, apenas as movimentações normais pré-eleitorais.

Você não teme perder o emprego?

De forma alguma. Primeiro porque tenho minha profissão de advogado a qual exerci durante quase dez anos antes de aceitar o cargo de secretário, até porque sei que esse cargo é passageiro. Além do mais, como disse, a prefeita nos dá total liberdade e tem muita experiência política. A prefeita Ana Bim tem uma vantagem que poucas pessoas têm: antes de pensar politicamente ela pensa administrativamente, pensa na cidade e por ela pensar dessa forma, reconhece o valor do meu trabalho, bem como os números positivos apresentados dentro da pasta que comando ao lado de minha equipe, como, por exemplo, o saldo positivo na geração de empregos, a abertura de várias novas empresas dentre elas a Disdrog, distribuidora exclusiva no estado de São Paulo da Mead Johnson, rede de Drogarias São Paulo e McDonald´s. Se eu cometer alguma falha em meu trabalho ou os meus serviços não estiverem ao seu contento, aí sim ela me dispensaria. Agora, simplesmente porque mudei de partido, não acredito.