O TJ – Tribunal de Justiça – do estado de São Paulo marcou para segunda-feira, 5, a apreciação das três exceções de suspeição impostas pela defesa do médico Luiz Henrique Semeghini, assassino confesso da esposa Simone Maldonado, contra o juiz presidente de seu júri, Vinicius Castrequini Bufulin.
As exceções foram colocadas em pauta três dias antes da nova data – 8 de outubro - agendada para o julgamento de Semeghini. O tribunal também analisa o pedido da defesa de desaforamento, porém, o julgamento deste ainda não foi agendado.
Nos pedidos, a defesa do médico alega que Bufulin não é imparcial para comandar o júri, usando como alegação, entrevistas do magistrado em alguns veículos de comunicação explicando a razão pela qual o julgamento demorou 15 anos.
ADIAMENTOS
O último julgamento, marcado para o dia 28 de agosto, teve de ser adiado, após o renomado criminalista Alberto Zacarias Toron, que defende o réu, faltar ao júri. Toron havia tentado quatro liminares para adiar o julgamento e como não conseguiu nenhuma, optou por não comparecer no Fórum na data marcada.
A manobra jurídica, legal, rendeu ao jurista uma representação na OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – e a justiça nomeou o advogado Aparecido Santana para comandar a defesa dativa do médico para evitar nova manobra.
Além do adiamento do último julgamento, por três vezes Semeghini conseguiu adiar o júri contra si. Previsto inicialmente para dezembro de 2006, só ocorreu em 2 de outubro de 2008 e em janeiro de 2014, quando o novo julgamento seria realizado e acabou adiado novamente para 2015.
O CRIME
O médico Luiz Henrique Semeghini, foi denunciado porque no dia 15 de outubro de 2000, por volta das 6h, matou a esposa no interior de sua residência. O casal havia acabado de chegar de um baile do Havaí na Casa de Portugal, e teve uma forte discussão no quarto – Simone, na época, queria a separação, o que o médico não aceitava.
A mulher já estava deitada na cama quando Semeghini se aproximou dela, colocou um travesseiro sobre seu corpo e fez sete disparos com um revólver calibre 32 – três atingiram o queixo e quatro o estômago da vítima. Simone teve morte instantânea. O crime não teve testemunhas – na mansão, além do casal, só havia a filha mais velha, então com 13 anos, que não ouviu os disparos.
Depois do crime, o médico, fugiu para Londrina (PR) e só se apresentou à Polícia Civil de Fernandópolis no fim de outubro de 2000. Mas ficou apenas quatro meses detido. Em março de 2001, obteve habeas corpus no Tribunal de Justiça e deixou a cadeia. Só voltou a frequentar a prisão por 12 dias, em 2008. Desde então, casou-se novamente e continua atendendo em seu consultório na cidade.