...e ainda decretar medidas emergenciais de economia
A forte crise econômica que abarca o Brasil obrigou a Prefeitura de Fernandópolis a tomar medidas emergenciais de economia, sob pena de não conseguir fechar as contas do município. Algumas das ações foram apresentadas pela prefeita Ana Bim e por seu secretariado na tarde de quinta-feira, 24, quando o Executivo enviou à Câmara Municipal a mais polêmica das decisões: o corte de secretarias.
A iniciativa almeja uma economia de mais de R$120 mil por ano e pode custar a perda de mais alguns aliados numa possível tentativa de reeleição da atual prefeita. Isso porque envolve diretamente oito funcionários do primeiro escalão e visa à eliminação de quatro secretarias, que na maioria das vezes são utilizadas como moeda de troca na busca por apoio no pleito eleitoral.
De acordo com o projeto enviado à Câmara, a secretaria de Gestão, hoje comandada por Fábio Fernandes, será incorporada à secretaria de Planejamento, de Edson Damasceno. O mesmo acontecerá com a secretaria de Esporte, de Rodrigo Garcia e Cultura, de Vic Renesto, Agricultura, comandada por Vitor Moita e Meio Ambiente, por Tais Moita, além da pasta de Obras, de Eduardo Medrado que será juntada a de Infraestrutura, de Osmar Guireli.
A ordem de quem fica e quem sai do comando das secretarias só será definida, segundo a prefeita, após a aprovação da temática na Câmara. Os que perderem o as pastas serão realocados em setores administrativos da Prefeitura, com menores salários ou, se não aceitarem, serão dispensados.
“Sei que politicamente essa medida não será boa para mim, mas não posso pensar apenas em política, não posso ser irresponsável, como alguns foram, e deixar uma dívida impagável para a Prefeitura. Numa situação de crise como essa, onde não há uma perspectiva de melhora a curto prazo, é preciso cortar na própria carne e vamos fazer o que for preciso”, disse a prefeita.
DECRETO
Além do corte de secretarias, a Prefeitura também baixará um decreto com uma série de medidas emergenciais de economia, entre elas, a restrição de veículos oficiais em feriados e fins de semana; redução de afastamento e seção de servidores; redução da concessão de licenças para tratar de assuntos particulares; redução do consumo de energia elétrica de no mínimo 20% em todos os setores; instituição do controle centralizado da frota municipal; controle e racionalização de Xerox; restrição de ligações telefônicas de fixo para celulares e interurbanos; suspenção de eventos que impliquem em novas despesas; restrição de diárias e valores para viagens; horas extras só para atividades imprescindíveis; etc.
“Vamos ter que mexer em tudo que for preciso mexer. O objetivo é de chegar a uma economia de pelo menos R$ 2,5 milhões até o fim do ano”, completou o secretário de Planejamento Edson Damasceno.
AMA
As novas medidas de contenção de gastos já vinham sendo estudadas há tempos pelo Executivo e a iniciativa de colocá-las em prática ganhou ainda mais força após a realização do último congresso da AMA – Associação dos Municípios da Araraquarense -, realizada entre os dias 16 e 18 de setembro em Votuporanga.
Durante o encontro, que reuniu representantes de mais de 120 cidades, deputados, senadores e ministros de estado o tema “corte de gastos” foi um dos mais comentados.