Em entrevista exclusiva ao CIDADÃO, Santana afirmou que sua nomeação se deu no mesmo dia do adiamento e que este é apenas mais um caso em meio a tantos outros que já atuou.
“Já participei de outros casos onde a comoção popular era ainda maior. Este é apenas mais um. Dentro das possibilidades jurídicas farei tudo que estiver ao meu alcance em prol do réu, pois este, a partir de agora, é o meu dever”, disse o advogado.
Ainda segundo o advogado, que tem 30 anos de experiência e mais de 100 júris no currículo, a suspeição de Bufulin não é o caminho, mas o desaforamento é válido.
“Eu brigo muito dentro dos trâmites processuais, procuro sempre não entrar em searas paralelas, afinal, o que é suspeito para mim, pode não ser para você, o que cabe interpretação. Até que provem ao contrário, todos são iguais perante a lei. Já em relação ao desaforamento, eu também o pediria, por conta da situação. As duas famílias são muito tradicionais na cidade, o que transformou esse caso em um verdadeiro duelo de gigantes e essa batalha talvez não resulte em uma justiça realmente justa”, ponderou o jurista.
Sobre a manobra de Toron, Santana afirmou que ele não fez nada ilegal ou imoral, apenas utilizou as diretrizes do direito de defesa.
“Trata-se de um ato da advocacia, da defesa, quando a lei o protege nesse sentido. Eu particularmente já utilizei de manobras que poderiam ser consideradas até piores do que essa como, por exemplo, o dia em que eu tive que extrair um dente para evitar um júri onde o meu cliente havia matado uma mulher e seu marido e o corpo de jurados era composto por 17 mulheres, o que eu iria fazer lá? Se a lei nos dá estes subterfúgios, cabe a nós utiliza-los em favor de nossos clientes”, concluiu.
Aparecido Santana será o responsável pela defesa de Semeghini, no dia 8 de outubro, caso o médico não constitua outro advogado até lá.