Em 2017, vereadores ganharão R$ 8 mil e ainda terão 83 dias de “férias”

20 de Agosto de 2025

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Em 2017, vereadores ganharão R$ 8 mil e ainda terão  83 dias de “férias”

Ao que tudo indica, os vereadores da Câmara Municipal de Fernandópolis não irão arredar o pé em relação a duas decisões polêmicas. A primeira, trata do famigerado aumento de salários – aprovado na surdina -, que eleva os vencimentos dos edis da próxima legislatura de R$ 5 mil, para R$ 8 mil. A segunda, está relacionada ao recesso de meio de ano, desnecessário na opinião de muitos, e indispensável, segundo alguns legisladores.
Pela ordem: no dia 10 de junho de 2014, oito dos 13 vereadores de Fernandópolis aprovaram o Projeto de Resolução nº 05/2014 que concedeu um aumento de mais de 60% no salário dos edis para a próxima legislatura. Apenas André Pessuto, Arnaldo Pussoli, Maurílio Saves e Valdir Pinheiro votaram contra. Chico Arouca, presidente da Casa à época, não podia votar, mas se declarou contrário à matéria.

Com a aprovação do projeto e o arquivamento de todas as iniciativas do vereador Maurílio Saves de revogar os aumentos, o Legislativo fernandopolense terá que despender de mais de R$ 1.248.000,00 para honrar apenas os subsídios dos 13 vereadores, só em 2017, isso contando com a hipótese de o projeto que aumenta o número de vagas na Câmara, de 13 para 15, – aprovado em primeira votação - seja rejeitado em segunda votação. Do contrário o montante saltaria para R$ 1.440.000,00.

Apesar da polêmica e da desaprovação da população, a maioria dos vereadores se demonstrou irredutível.

RECESSO

Não menos polêmico, o recesso de meio de ano se torna tema de debate todos os anos no final do mês de junho. Isso porque é nesse período que o legislativo fernandopolense entra em recesso e só volta no mês de agosto, o que representa aproximadamente 40 dias de “férias”. O principal ponto de discórdia, é que além deste período, há também o recesso de fim de ano, ou seja, outros 40 dias de descanso.

E em 2017 não deverá ser diferente. Como o assunto é dado como encerrado nos bastidores do Palácio 22 de Maio, serão 41 dias de recesso julino e 42 de fim de ano, totalizando 83 dias de “férias”, enquanto o trabalhador comum, com registro em carteira, tem direito apenas a 30 dias de descanso por ano.

RELEMBRANDO

Em 2014, CIDADÃO questionou os 13 vereadores, e dentre eles, sete eram favoráveis ao fim do recesso (André Pessuto, Salvador Castro, Maurílio Saves, Gustavo Pinato, Francisco Arouca Poço, Valdir Pinheiro e Chamel), quatro ficaram na dúvida (Baroni, Gilberto da Saúde, Humberto Machado e Neide Garcia) e dois eram contrários (Ademir de Almeida e Arnaldo Pussoli).

Os favoráveis, liderados por André Pessuto e Chico Arouca, defendem o final do recesso de meio de ano. Os indefinidos se defendem dizendo que os vereadores trabalham muito, independentemente da existência ou não de sessão.

Já os contrários, sustentaram dois argumentos diferentes. O vereador Ademir de Almeida defende-se dizendo: “Eu sou a favor do recesso. Todo lugar tem. Parece que tem alguns vereadores querendo entrar com projeto, mas eu sou contra. Se todas as cidades cortarem o recesso tudo bem, agora só a gente eu sou contra”.

Já Arnaldo Pussoli, argumenta da seguinte forma: “Eu acho que tem que ter. Os professores têm, os alunos têm, então para que mudar? Que diferença vai fazer nós ficarmos lá um mês a mais? Não temos nenhum projeto encalhado, tudo já foi votado e se tiver algo de urgência, basta convocar uma extraordinária. Mesmo não estando na câmara, continuamos trabalhando, só que aqui fora. Nesse período temos a oportunidade de trabalhar mais próximos da população”.

NOVA PESQUISA

André Pessuto: Contrário ao recesso.

Ademir de Almeida: Mantém a mesma opinião do ano passado;

Arnaldo Pussoli: Mantém a mesma opinião de 2014;

Étore Baroni: Indiferente. “Se vier algum projeto pela retirado do recesso sou favorável”, disse.

Chico Arouca: Mantém a opinião de 2014. “Nunca vou aceitar esse recesso, não é justo com a população. Já temos muitas folgas, para que recesso? Quero colocar nos próximos dias, novamente o projeto antinepotismo e depois dele vou protocolar o projeto para acabar com isso”, afirmou Chico.

Gilberto Vian: É favorável ao recesso.

Gustavo Pinato: Indiferente. “Eu não tenho recesso. Sou vereador todos os dias, seja em casa, nas ruas ouvindo a população, ou dentro da Câmara às terças-feiras, 20h. Para mim não muda nada”, reforçou.

Humberto Machado: Contrário ao recesso. “Sou contrário ao recesso, mas é importante deixar claro que o vereador não trabalha apenas durante as sessões. Então estar de recesso não significa que não estamos trabalhando”, ponderou.

Neide Garcia: Favorável ao recesso. “Sou favorável, pois mesmo estando de recesso, nunca deixamos de apreciar os projetos, temos as extraordinárias para isso. Porém, sou aberta a discussão, se quiserem mudar, para mim não fará tanta diferença”, afirmou.

Maurílio Saves: Contrário ao recesso.

Salvador de Castro: Contrário ao recesso. “Voto favorável ao fim do recesso a qualquer momento. Não há necessidade disso para mim”, ratificou.  

Valdir Pinheiro: Contrário ao recesso. “E muito contrário. A cidade está em pandarecos, a FEF em vias de fechar, uma comissão tentando cassar a prefeita e nós ainda vamos tirar férias? Isso é uma vergonha”, disse.