O empresário Elair José Ozório, preso pela Polícia Federal ontem, 1, em Francisco Beltrão/PR, confessou, segundo a PF, que ficou com R$150 mil dos R$ 3 milhões desviados da FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis – no golpe que envolveu a compra de títulos podres de uma usina de Alagoas. Ele afirmou ainda que o restante do dinheiro foi repassado aos outros envolvidos no golpe.
Elair estava foragido da polícia desde a deflagração da operação “Vulpino”, em março deste ano, que investiga desvios de mais de R$ 10 milhões da Fundação e culminou na prisão do ex-presidente da FEF e ex-prefeito de Fernandópolis, Luiz Vilar de Siqueira e do presidente afastado da Fundação, Paulo Sérgio Nascimento.
Ele preside a da ABRACI - Associação Brasileira de Assistência ao Cidadão -, sediada em Curitiba-PR, que, de acordo com a PF, recebeu recursos provenientes de negociação fraudulenta entre a direção da FEF, a ABRACI e uma Usina de cana-de-açúcar de Maceió-AL.
Ainda de acordo com as investigações da PF, o ex-prefeito de Fernandópolis, Luiz Vilar de Siqueira e o assessor jurídico da FEF à época e presidente da Fundação posteriormente, Paulo Sérgio Nascimento, viajaram para Curitiba-PR, Brasília-DF e Maceió-AL à época dos fatos, para concretizar a negociação dos títulos “podres”.
À época dos fatos, títulos de crédito da Usina foram adquiridos pela FEF por intermédio da ABRACI. Os títulos seriam utilizados para serem abatidos em dívidas da Fundação Educacional com a Receita Federal. Mesmo sem confirmar a validade dos títulos, os valores foram pagos antecipadamente pela FEF.
Posteriormente, a Receita Federal verificou que os títulos não tinham valor contábil e, por esta razão, multas e juros foram adicionados à dívida. Somente nesta fraude, a FEF teve um prejuízo de mais de R$ 3 milhões.
Atualmente, a Fundação Educacional está sendo administrada por equipe multidisciplinar indicada pelo Poder Judiciário para organizar as finanças e, também, identificar outros possíveis desvios ocorridos nas duas últimas administrações.
Após ser ouvido pelo delegado Federal Cristiano Pádua da Silva, que preside as investigações, o Elair foi encaminhado à cadeia de Jales onde permanecerá à disposição da Justiça Estadual de Fernandópolis.