O que já era esperado aconteceu. A Câmara Municipal de Fernandópolis aplicou um novo golpe na sociedade fernandopolense e arquivou, ainda nas comissões, o projeto do vereador Maurílio Saves (PRB), que visava revogar o aumento de mais de 60% no salário dos vereadores, aprovado no ano passado pouco antes do recesso Legislativo.
No último dia 4, CIDADÃO trouxe um alerta sobre a articulação de um grupo de vereadores, que queria se aproveitar que a atenção da população estava voltada para os escândalos de fraudes na FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis -, para arquivar, sorrateiramente, o projeto de resolução de Saves.
À época, o jornal entrevistou o autor do projeto e o mesmo já havia alertado que os companheiros queriam evitar toda e qualquer discussão sobre o assunto.
“Entendo que a forma em que conduziram a votação, sem uma discussão ampla com a sociedade e de forma por dispensas de formalidades, quando a população estava voltada para a Copa do Mundo, e que a torna nebulosa, sem a devida e necessária transparência, onde cada vereador deve manifestar-se publicamente os motivos e as razões de seu voto, e, isto não ocorreu, e querem abafar qualquer discussão em torno disso”, disse o edil em entrevista publicada no dia 4 de abril.
Dias se passaram, um novo escândalo surgiu - ou foi implantado - (da merenda escolar), e como anunciado, os vereadores aproveitaram da oportunidade para arquivar o projeto sem receber a temida pressão popular.
O argumento utilizado pelos parlamentares foi o mesmo do ano passado. Eles alegaram que se tratava de matéria vencida e com parecer da procuradoria jurídica da Casa, descartaram a possibilidade de colocar a temática em votação, utilizando do Art. 51 do Regimento Interno da Câmara de Fernandópolis que diz: “O projeto de lei que receber parecer contrário, quanto ao mérito, de todas as Comissões a que foi distribuído, será tido como rejeitado”.
Procurado, Maurílio Saves disse que tomou ciência da decisão dos colegas e que foi convidado a participar de uma reunião sobre o tema na segunda-feira, 27. “Vamos aguardar para ouvir o que eles têm a dizer sobre o assunto, só depois disso será possível analisar que medida tomaremos”, relatou o vereador.