Prefeitura está de mãos atadas
O drama vivido pelo morador de Fernandópolis Sr. Antônio Conceição, de 61 anos, continua. Sem sua casa, destruída pela força das chuvas no mês passado, ele segue à espera de uma solução, seja com auxílio da Prefeitura ou mesmo alugando uma residência, o que não seria tarefa fácil tendo em vista a condição financeira pouco privilegiada do munícipe que mora sozinho. No momento, ele está ficando na casa de uma das filhas, em frente à sua – que faz fundo -, no mesmo terreno, na Avenida Fernando Garcia Palayo, no Jardim Paulistano.
No entanto, as chances de Sr. Antônio reviver os momentos de angústia são grandes já que a casa da filha, que inclusive já se mudou de lá, também está bastante comprometida pela ação do tempo, com rachaduras em quase todas as paredes.
Com poucas galerias, fora as que já estão entupidas, a avenida recebe um grande volume de água e após uma forte chuva no dia 12 de março, a enxurrada invadiu a casa de Sr. Antônio – que fica num nível abaixo da calçada- e destruiu três dos quatro cômodos de sua casa, construída por ele há mais de 40 anos.
Funcionário da Ferpex, ele tem recebido apoio da empresa de todas as maneiras. Já a Prefeitura, segundo ele, já contribuiu com uma quantia de R$ 443,80 e cestas básicas. “Fui atrás de casa para alugar, porque eu não tenho para onde ir. Preciso de algo nem que seja de três cômodos, pois sou sozinho e meu dinheiro é pouco”, disse ele que faz todos os serviços de casa diariamente.
De acordo com ele, a empresa onde trabalha cogita inclusive reformar uma casinha de três cômodos que existe no terreno da empresa, onde funcionava um antigo curtume (Texas). “Eles querem me ajudar de todo jeito. Tem uma casinha onde era um escritório antigamente, que o funcionário do curtume usava para descansar, que eles vão colocar vidros, puxar a iluminação e trocar a caixa d’água porque a água lá está verde já”, contou.
Ele disse ainda que acredita que a Prefeitura conseguirá uma maneira de ajudá-lo, seja conseguindo um novo local, ou aterrando e reconstruindo sua antiga casa, o que é pouco provável. Questionado sobre como tem sido sua vida do fatídico dia para cá, a reação não poderia ter sido diferente. Ele logo levou a mão no rosto, mas não conteve as lágrimas. “Não sei o que vai ser da minha vida. Fico esperando, mas não sei o que eu faço. Sofri tanto para
O
fazer aquela casa e cuidar dos filhos pequenos e agora acabou tudo”, disse ele com a voz já embargada.
Prefeitura já ajudou conforme podia dentro da legalidade
Questionada sobre quais os meios legais de contribuir com o munícipe, a coordenadora do CRAS Nova Era, a assistente social Ellen Juliana de Souza Ferreira, explicou a atual situação. “No tangente aos programas Sociais foi concedido ao idoso o benefício eventual por meio do Plano de Ação (concessão de cesta básica) em caráter emergencial pelo período inicial de três meses. O idoso também foi beneficiado com a concessão do benefício Eventual: Auxílio Recomeçar conforme a Lei Nº 3.567-De 18 de Dezembro de 2009, correspondente ao repasse financeiro em parcela única com o montante de R$ 443,80. No que se refere aos programas de transferência de renda (Bolsa Família e Renda Cidadã, dentre outros) a renda familiar e/ou por pessoa é superior a estabelecida para participação dos mesmos, pois atualmente o idoso trabalha como Serviços Diversos na Empresa Ferpex, onde recebe a remuneração de R$ 1.228,00.
Embora nossa equipe de reportagem tenha ido até a casa onde Sr. Antônio confirmou estar morando – mesmo local, porém na casa adjunta da filha -, Ellen divergiu e comunicou que o mesmo está residindo em um espaço disponibilizado pela Ferpex, o que ainda não ocorreu. “Atualmente o idoso está residindo em um cômodo cedido pela empresa Ferpex onde trabalha como serviços diversos, pois se recusou a ir morar com os seus filhos”, informou em resposta ao CIDADÃO.