A secretaria Municipal de Educação está sob nova direção. Bom, pela quarta vez. Na ordem: assim que venceu as eleições, em outubro de 2012, a prefeita Ana Bim começou a definir sua equipe de secretários. Um dos primeiros nomes a surgir foi o da experiente e renomada educadora Aida Romano Rolim Scatena. Não deu certo, oito meses depois de assumir, dona Aida, como era conhecida, pediu para sair. Logo após sua saída, a chefe do Executivo anunciou a professora aposentada Deodete das Graças Valente Geraldo como a nova secretária de Educação. Sua permanência no cargo foi um pouco mais longa, um ano e seis meses, mas no fim, acabou sendo exonerada por Ana Bim. Interinamente, então, assumiu Denizete Guerra de Aquino, educadora municipal de carreira e de confiança da prefeita. Desde o começo, ela anunciou que só permaneceria no cargo até a contratação de uma nova secretária, o que de fato aconteceu. No fim de março, a pedagoga, pós-graduanda em gestão escolar e dona de uma experiência invejável de mais de 35 anos de trabalho na educação em Fernandópolis, Lídia Mara Ribellato Buíssa, assumiu a secretaria, com a missão de comandar a pasta mais importante do município, que, até então, não teve continuidade. Ela é a
entrevistada de hoje.
Além de seu extenso currículo, o que a senhora acredita que motivou a prefeita a convidá-la para assumir a secretaria de Educação?
Essa foi realmente a primeira pergunta que fiz a senhora Ana, quando me foi feito o convite, o que aliás, muito me honrou; ouvir que o critério foi a competência técnica da minha trajetória profissional.
Aceitou logo de cara ou pensou primeiro, consultou familiares e analisou a proposta? É o maior desafio de sua vida?
Como disse, para mim foi uma grande surpresa, pois estava muito envolvida em outros projetos pessoais que havia idealizado junto a minha família, portanto pedi um prazo para conversar com meus familiares e pensar um pouco melhor e agradeci pela confiança depositada em mim. Acho que ele só é maior no sentido do tempo que temos para alinhar nossa educação num Plano Municipal da Educação, frente as demandas que temos pela frente. Lembrem-se que este é o primeiro mandato de Ana Bim, e toda ruptura é ruim, porque é preciso formatar equipes, equilibrar despesas e isso leva tempo, mas isso ainda acontece em nosso país, justamente por não termos no Brasil um Plano alinhado entre as três esferas Federal, Estadual e Municipal, que é o que temos que fazer até Junho de 2015.
A senhora é a quarta educadora a assumir a secretaria de Educação nesta gestão. Isto lhe traz alguma preocupação?
Na verdade só para uma pequena correção, que não muda muito o fato, mas, a professora Denizete é uma funcionária efetiva do município já há mais de 15 anos, e nesse momento ela acumulou o cargo de supervisora com o de secretária substituta, provisoriamente.
Sua responsabilidade é dobrada já que não houve um trabalho contínuo na pasta, que é tida como a mais importante do município?
A nossa responsabilidade é grande sim, mas não concordo que não houve um trabalho contínuo na Pasta, pois minhas colegas que me antecederam tinham conhecimento das prioridades e estamos dando sequência ao trabalho iniciado. O que é difícil, como disse, é me inteirar rapidamente de todas as demandas, a rede ainda é bastante frágil pelo tempo que tem de vida, aliás, a rede municipal cresceu imensamente, bem diferente da rede estadual, que já está bem estruturada. Mas, destaco que fui muito bem recebida por uma equipe excelente, responsável, com muito compromisso, que sempre esteve aqui na secretaria e nas escolas (diretores, professores, funcionários) que conhecem todo percurso do município, e isso é muito importante para esse momento de transição, que passam todos os municípios do Estado de São Paulo.
Como destacamos, três secretárias já passaram pela pasta e nenhuma delas conseguiu entregar os uniformes escolares antes do início do ano letivo. A senhora pretende mudar essa situação para o ano que vem, já que os uniformes desse ano ainda não foram entregues?
Estou a frente dessa secretaria há apenas 19 dias, entre feriados e congressos, contudo tenho conhecimento de que está providenciado.
Aliás, a senhora recebeu alguma previsão do departamento de compras da Prefeitura para a entrega dos uniformes? Se sim, quando?
Sim, hoje, 10 (dia da entrevista), é o último dia para credenciamento de empresas. Logo haverá os contratos para a entrega dos referidos uniformes.
O vereador Rogério Chamel tem constantemente cobrado informações sobre a merenda escolar. Em sua opinião, o que estaria motivando o vereador?
Conversei pouco com o vereador Chamel, mas sei que todo vereador tem o direito de pedir informações e averiguar o que achar pertinente, mas o que eu particularmente pedi a ele, como sua amiga, é que nós precisamos lutar pelo crescimento de nossa querida cidade.
A senhora considera de boa qualidade a merenda escolar de Fernandópolis?
Muito boa, até estive na Diretoria de Ensino para ouvir opiniões de outros profissionais e todos foram unânimes em elogiar a alimentação das nossas escolas.
A senhora considera o Brasil um país educado? E Fernandópolis?
O Brasil passa por grandes transformações e desafios, inclusive educacional, no planejamento e valorização da educação, pois só assim um país alcança a liderança no mundo contemporâneo. Fernandópolis, dentro de um contexto regional, sempre se destacou na Educação Básica, mas temos que continuar a investir, acreditar, juntar parcerias e fazer o melhor por nossos jovens.
Elenque os pontos positivos e negativos que o PNE trouxe ao país:
O Plano Nacional de Educação, trouxe de positivo justamente essa questão de planejamento e alinhamento das três esferas que precisam atuar juntas e em parceria para dar conta de nossa educação no País: esfera federal, esfera estadual, PEE, e esfera municipal, o PME. Não enxergo pontos negativos nesse momento.
Em Fernandópolis já foi possível vislumbrar algum benefício advindo do PNE?
Sim, toda a discussão está sendo feita para um futuro melhor. Acredito que só refletindo juntos é que alcançaremos uma democracia plena, pois: “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Leonardo Boff.