Saves vai lutar contra “golpe” dos colegas

20 de Agosto de 2025

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Saves vai lutar contra “golpe” dos colegas

Em meio aos escândalos de fraudes na FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis -, principal assunto dos últimos dias, um grupo de vereadores da Câmara Municipal de Fernandópolis orquestra, às escuras, um novo golpe contra a sociedade fernandopolense. Segundo consta, eles querem aproveitar que as atenções estão voltadas para a Fundação e suas mazelas, para arquivarem, sorrateiramente, o projeto de resolução de autoria de Maurílio Saves que visa a revogação do aumento de subsídios dos vereadores, aprovado também às escuras antes da Copa do Mundo do ano passado. A intenção seria despistar a população para evitar ainda mais cobranças do que receberam após a manobra para aprovação. Contra a farra dos aumentos estão apenas André Pessuto, que só vota em caso de empate, Arnaldo Pussoli, Valdir Pinheiro, Chico Arouca e o próprio Maurílio. Do lado de lá, estão: Étore Baroni, Gustavo Pinato, Humberto Machado, Salvador Castro, Neide Garcia, Ademir de Almeida, Rogério Chamel e Gilberto Vian.

Saves, nos chegou a informação que os mesmos vereadores que encabeçaram a manobra para aprovação do aumento dos próprios subsídios, estão se articulando para arquivar às escuras o seu projeto que visa a revogação. Isso procede?

Realmente prospera a informação que os vereadores, liderados por três vereadores, estão promovendo manobras para arquivar o projeto de resolução de minha autoria para revogar o aumento dos vereadores.

Por que o senhor acredita que mesmo depois de tanta crítica e desgaste, alguns de seus colegas insistem em manter o aumento?

Não posso dizer as razões que levam vereadores a manter o aumento, mesmo contrários a voz da rua, a voz do povo. O que posso dizer, que não estão do lado povo, estão pensando só em si próprios.

Este é o seu 6º mandato. Em todos esses anos como homem público, essas manobras relacionadas aos subsídios são as que o senhor considera como as mais baixas? Se não, elenque alguma(s) outra(s).

Sim, entendo que a forma em que conduziram a votação, sem uma discussão ampla com a sociedade e de forma por dispensas de formalidades, quando a população estava voltada para a Copa do Mundo, e que a torna nebulosa, sem a devida e necessária transparência, onde cada vereador deve manifestar-se publicamente os motivos e as razões de seu voto, e, isto não ocorreu, e, querem abafar qualquer discussão em torno disso.

Alguns dos favoráveis ao aumento citam, sempre, os salários dos funcionários da Câmara como argumento para elevar seus próprios salários. O que pensa sobre isso?

Com relação aos salários dos funcionários, uma coisa não tem nada a ver com a outra, pois, funcionários são concursados e passam por uma prova difícil de seleção pública e, os valores do salário são previamente divulgados quando os candidatos aos cargos do funcionalismo público são editados. Além do mais, os funcionários, trabalham com período maior (oito horas diárias) do que os dos vereadores, que, diferentemente dos funcionários que são selecionados pela capacidade e conhecimento (concurso público), e são efetivos, ou seja, só poderão ser exonerados em casos de crimes e improbidade administrativa, enquanto o vereador é eleito, por um mandato de quatro anos, e não reeleito, passa a ser um cidadão comum, e, não precisa necessariamente dos mesmos requisitos do funcionário público, apenas os de natureza eletiva, que tem quer ser eleitor, alfabetizado e não possuir ficha suja, e, submeter ao crivo popular, com comparecimento em três sessões mensais, além das reuniões das comissões e trabalhos dos vereadores, onde também se fazem presentes os funcionários, inclusive, em períodos noturnos. Este é um argumento sem nexo e sem nenhum sentido, acho que esta situação pode ser considerada como diz o ditado popular “tentar tapar o sol com uma peneira”.

Equiparada a manobra para o aumento dos subsídios está a que resultou na rejeição do projeto de Chico Arouca contra o nepotismo. As duas foram “orquestradas” pelos mesmos vereadores?

Sim, outra situação profundamente lamentável, o que fizeram com Projeto do vereador Francisco Arouca, também o uso de dispensa de formalidades, que assinado pela maioria, pode ir à votação e, depois, votam contra o nepotismo, é um absurdo sem precedentes na história do Legislativo fernandopolense.  O curioso é que são os mesmos vereadores que querem manter o salário com aumento e aumentar o número de vereadores na Câmara Municipal de Fernandópolis.

Outra situação questionada pela população foi o coleguismo dos vereadores que compõem o Conselho de Ética da Câmara, com exceção do senhor, no arquivamento da representação contra o vereador Chamel por ter chamado a prefeita Ana Bim de “jumenta”. O que motivou os seus colegas a optarem por essa decisão?

Com relação aos vereadores, que entenderam pelo arquivamento das ofensas proferidas pelo vereador Rogerio Pereira da Silva, contra a Prefeita Municipal,  não tenho como responder por isso, se não eles próprios que no meu modo de agir, não foram prudentes, mas, isto faz parte do regime democrático e estado de direito em que vivemos, mas, para mim é um dos episódios mais lamentáveis da Câmara Municipal, onde deu ao vereador que praticou ofensas, um atestado de idoneidade moral e liberdade para ofender, inclusive, colegas, como a minha pessoa, que é tido pelo vereador Rogerio, como traidor, porque fui contra os demais, emitindo um voto consciente, livre de qualquer tipo de sugestão e coação, mas, de acordo com meus princípios éticos e morais e visão do tamanho e gravidade das ofensas e, não se trata de coisa comum. Com o meu voto, não trai minha consciência e nem o povo que me elegeu, pois, entendi que registrou abusos nas ofensas proferidas contra a prefeita, e é algo preocupante este comportamento. Isto demonstra que estamos em crise, mas, a pior delas é a crise moral, onde tudo pode, quando se é vereador.

Baroni, que é relator do Conselho de Ética, disse que “Não houve desrespeito aos padrões de moralidade da Câmara”, em relação aos insultos de Chamel contra a prefeita. Afinal, que padrões são esses então?

Também é uma indagação que não posso responder pelo que pensa o relator da comissão de ética, o vereador Baroni. Pois, certamente, e, isto posso dizer que pelo voto dele e do meu, são pensamentos divergentes do padrão moral que entendo justo e correto.

Mudando um pouco de assunto, seu projeto que regulamenta a panfletagem na cidade foi sancionado pela prefeita Ana Bim no último dia 20. Já viu alguma melhora na cidade em relação à temática?

 

A lei dos panfletos, como é chamada, foi promulgada pela prefeita no dia 20 de março, e, está em vigor, e, agora, está sendo regulamentada e disciplinada como serão feitas as fiscalizações e autuações, e, devemos estar atentos e denunciar qualquer tipo de irregularidade, e, isto qualquer cidadão e morador deve e pode fazer.

De 0 a 10 qual nota o senhor daria para essa Legislatura? Por quê?

Atribuir nota a alguém é algo difícil, quando dele você faz parte, e, sendo um de seus membros, deixo esta avaliação a nossa população e, espero que os eleitores e nossos munícipes, possam separar as pessoas e os vereadores individualizando-os pelos gestos e comportamento dos mesmos e não generalizar.