Presidente do diretório do PT de Fernandópolis não concorda com foco do movimento
Mais de 1,7 mil pessoas confirmaram participação na manifestação “Impeachment já”, que será realizada amanhã, 15, em Fernandópolis. A mobilização, que ocorrerá simultaneamente em todo o território nacional, foi organizada após os escândalos de corrupção na Petrobras, relacionados ao alto escalão do governo Federal e seus aliados.
O movimento está marcado para ser iniciado às 9h30, com a concentração na Praça da Matriz. Por volta das 10h. Uma passeata será realizada seguindo pela rua Milton Terra Verdi, passando pela Espírito Santo, na qual seguirá até a Feira Municipal. Um carro de som será utilizado para os discursos.
De acordo com a organização do evento na cidade, grupos de Estrela d’ Oeste e de outras cidades circunvizinhas estão fechando caravanas para participar do movimento fernandopolense, que foi um dos poucos que entraram para a lista oficial à nível nacional.
A Secretária de Trânsito autorizou o percurso que será feito pelos manifestantes. A Polícia Militar também vai trabalhar com efetivo reforçado no domingo, para garantir a ordem e tranquilidade dos participantes. Um ofício inclusive foi protocolado na 1ª Cia do 16º BPM/I. O Departamento de Fiscalização da Prefeitura também autorizou a utilização de som na área central, já que em Fernandópolis existe um Decreto no qual proíbe a utilização de carros de som no quadrilátero da área central.
“O principal motivo dessa mobilização nacional é com relação aos inúmeros escândalos que não param de surgir, com membros ligados diretamente ao alto escalão do governo federal, em especial, a situação no qual o atual governo deixou a Petrobrás. Os protestos também são decorrentes à alta de impostos e nas promessas feitas pela então candidata Dilma, sobre redução do combustível e energia, fato que não ocorreu, ao contrário, houve aumentos jamais divulgados pelo governo”, destaca o texto de divulgação do evento.
A manifestação também pede um Judiciário mais independente, no qual indicações para STF – Supremo Tribunal Federal –, não fiquem restritos somente à nomeação presidencial. O fim dos investimentos públicos em países dominados pela ditadura, e abertura de investigações ao BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - também serão lembrados.
“Os organizadores do manifesto aqui de Fernandópolis pedem para que a população se vista com roupas nas cores da bandeira nacional. O movimento é pacífico, no qual haverá uma grande participação de famílias. É um direito garantido pela Constituição Federal, qualquer cidadão tem o direito de protestar, reivindicar, quando se sentir prejudicado, e muitos brasileiros estão se sentindo assim”, completou.
OUTRO LADO
Como tudo tem dois lados, o CIDADÃO ouviu o líder máximo do Partido dos Trabalhadores – o mais atacado pelos manifestantes -, na cidade, Rober Caetano. Segundo ele, a manifestação é legitima, apesar de ter o foco distorcido.
“Vivemos em uma democracia e todos nós temos o direito de manifestar por aquilo que não concordamos. No entanto, essa manifestação tem um foco errado, pois não existem elementos para que aconteça um impeachment. Para quem não sabe, o impeachment é baseado em fatos e ocasiões em que o chefe do Executivo Nacional tenha cometido algum tipo de crime que se reste comprovado, o que não é o caso, tanto que o procurador-geral da República (Rodrigo Janot), não pediu que ela (Dilma) fosse investigada”, disse Robinho, como é conhecido.
Ainda de acordo com o petista, o momento difícil que o país vive pode estar motivando alguns dos manifestantes. “A presidente teve que realizar alguns ajustes fiscais por conta da grande crise mundial e isso, é claro, acaba causando certo desconforto, porque aperta o bolso da população e ninguém gosta disso”, completou.