No mês da mulher, CMEE apresenta sua nova presidente

20 de Agosto de 2025

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No mês da mulher, CMEE apresenta sua nova presidente

Vanessa Franceschili Rossi assumiu em janeiro deste ano o CMEE – Conselho da Mulher Empresária e Empreendedora -, de Fernandópolis, órgão indiretamente ligado a ACIF – Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis -, que tem como função apoiar as mulheres empreendedoras da cidade. No próximo dia 28, o Conselho realizará o já tradicional “Festival de Negócios”, um evento só para mulheres, no mês da mulher. Uma ótima oportunidade para a apresentação da  nova presidente.

O que a levou a participar do Conselho da Mulher Empresária e Empreendedora?

Fui convidada pela ex-presidente que atualmente continua como presidente de honra, a Juçara Mendes. Antes de entrar no Conselho, fiz uma qualificação, passei pelo crivo de todas as diretoras e depois de aprovada passei a participar do Conselho. Fui convidada pela Juçara há dois anos para participar de uma reunião e conhecer o Conselho, pois eu já tinha ouvido falar, tinha ido a alguns eventos e  achei legal, pois elas escutam muito nossas dificuldades.  Fui ao escritório dela uma vez pedir um conselho e ela foi muito delicada, e depois,  quando veio o convite eu aceitei. Fernandópolis precisa muito desse Conselho.

Quando decidiu assumir a presidência?

Na verdade, foi agora em janeiro, porque tinha vencido o período da Juçaara (Mendes)  e eu como 1ªsecretária dela, já tinha bastante conhecimento sobre a área. Então, surgiu meu nome, em comum acordo de todas, e fui eleita por aclamação.

Como consegue conciliar a vida de mãe, esposa, dona de casa, empresária e ainda presidente de um órgão tão importante?

Não é fácil, mas tudo é possível. Na parte de mãe e mulher eu divido bem, quando meus filhos querem, eles ficam aqui na empresa comigo. A parte profissional, estou dividindo entre a empresa e o Conselho e tem dado certo também. Não deixo nada dos meus afazeres para trás.  É o velho jeitinho, (risos). Jeitinho de mulher, que ainda chega em casa e tem que limpar, cozinhar, fazer de tudo (mais risos). Sempre com muita garra e foco.

O que o CMEE oferece e já ofereceu para Fernandópolis desde a sua fundação?

Nós tentamos ouvir desde sempre as meninas de outros Conselhos com outras diretorias do qual não fazemos parte, que as fundadoras foram: Anabel Gavioli que continua no Conselho, a Nilde Martins da Climacel, etc. Sabemos de dúvidas de mulheres de como gerenciar e, por isso, tentamos trazer palestras, o Festival de Negócios com as lojistas.

Aponte uma das ações do CMEE que influenciou diretamente o seu trabalho:

Para mim, de verdade, a organização. Sempre fui um pouco desorganizada e graças aos conselhos das companheiras do CMEE, consegui mudar um pouco isso em mim. Claro que ainda tenho muito que melhorar, como você vê, minha mesa não é um exemplo de organização (risos), mas antes era muito pior. O CMEE me mostrou também, que não era apenas a minha loja que tinha problema com funcionária. Não sou eu ou a Papelaria Cecop que tem problema de funcionária. Fui vendo que os problemas que achava que eram só meus, não eram. Dá para ter uma dinâmica diferente com os mesmos funcionários e aplicar coisas que deram certo com outros empreendimentos. Lá, trocamos muita informação entre a gente e isso me ajuda muito.

No mês da mulher, como avalia a importância do CMEE?

É muita responsabilidade, pois muitas pessoas que vão começar ou que estão começando tentam nos seguir. Existem pessoas que vem olhar como é nosso cotidiano, como trabalhamos com funcionários, para tentar levar um pouquinho para seu novo empreendimento. É muita responsabilidade.

Nota que as mulheres atualmente estão mais ousadas na hora de montar seu próprio negócio?

Acho que sim, pois a mulher tem aquele sexto sentido, aquele olho no meio da testa diferente do homem, que compra, vende e pronto, o lucro tem que estar ali. Já a mulher é mais cuidadosa, tenta trazer o cliente, cativá-lo, conversar. Tiro por base eu mesma, pois quando um cliente entra aqui na loja eu converso tanto com ele que me torno íntima. Então, é o jeito da mulher de tratar, a visão, tentamos sempre melhorar na medida do possível.

No próximo dia 28, o CMEE realizará o “Festival de Negócios”. De onde surgiu a ideia desse evento? Qual seu objetivo?

Na verdade, o “Festival de Negócio” se tornou uma tradição, mas veio antes de eu entrar no Conselho. Me surpreendi muito, sempre achei uma maravilha ver uma mulher dando a palestra para tentar ensinar algo para nós. Não são palestras comerciais, são lições de vida para levantar a autoestima da mulherada e perceber que todas são capazes de fazer o que querem. Colocamos desfiles de lojas para expor novidades e, ao invés de ficar apenas nas vitrines, são vistas por mais de 200 pessoas.

Qual é o principal desafio para o CMEE?

Reunir todas no mesmo horário, pois tem muitas mulheres que infelizmente os maridos não gostam que saiam de casa, tem pai que não fica com o filho, e nesses eventos fica complicado. Outro foco são os valores, nunca tem apenas nosso evento na cidade, uma semana antes tem alguma coisa, na mesma semana também, e nada é barato. A próxima agenda nossa é um happy hour onde colocamos mais de 300 mulheres todas juntas em um mesmo estabelecimento. O desafio é mais a mulher driblar o marido e os compromissos de casa para poder ir.

O CMEE já realizou concursos de vitrines para melhorar a fachada das lojas em períodos festivos. Já pensou em fazer algo nesse sentido em outras épocas do ano, tendo em conta a defasagem visual do comércio na cidade?

Já comentamos entre nós para fazer isso. Esse projeto nunca saiu do papel porque, no concurso do Natal, por exemplo, ninguém quer gastar e infelizmente o comércio a noite já foi “aquele comércio” e hoje em dia as pessoas saem mais pra tomar um lanche. Então para mudar, ousar, tem que gastar e com essa crise econômica... Para fazer uma vitrine diferente, com jogo de luzes você não vai gastar menos que R$ 3 mil. É muito complicado. Nem todos entendem como um investimento.

Ainda a respeito da questão anterior, falta um toque feminino no que diz respeito ao visual de algumas lojas no comércio de Fernandópolis?

 Falta. Muitos têm medo de ousar, de ser rejeitada com medo das pessoas não estarem preparadas para essa mudança. Mas que falta, falta.

Considera bom o atendimento no comércio de Fernandópolis?

 Considero bom, mas infelizmente quando vamos chamar alguns lojistas de Fernandópolis para uma palestra de atendimento, você ouve muito coisas do tipo “ai não, meu comércio não precisa, já atendo muito bem”. Muitos acham que como está, já está ótimo e não querem melhorar. Isso principalmente quando o patrão quase não fica no estabelecimento. Falta melhorar sim, está defasado e falta mão de obra também, especializada em venda.

Crê no ditado de que “beleza não pões à mesa”, tendo em vista que algumas lojas utilizam a beleza como principal critério de seleção na hora de se contratar vendedoras?

Sinceramente acho que tem muito isso. Infelizmente, muitos não olham a competência do funcionário e sim a beleza. A beleza não precisa vir em segundo plano, mas você pode conciliar. Até por isso os currículos vêm todos com fotos. Tenho vários currículos, e logo de cara percebo que aquelas que não são tão dotadas de beleza não colocam foto no currículo, já outras colocam uma foto grande. Mas não pode deixar uma pessoa trabalhando de qualquer jeito também. Peço às minhas funcionárias para virem todas sempre uniformizadas, de cabelo preso para evitar interpretação equivocada de alguns homens no balançar dos cabelos, então tem que manter uma linha de postura. Mesmo que não seja bem dotada de beleza, mas mantenha uma boa postura você fica mais elegante, mais bonita que aquela “coisa linda” que te atende de qualquer jeito.

O que nota de diferencial em uma mulher na hora de empreender? Pés no chão ou ousadia?

 Depende do ramo. Tem umas que infelizmente a ousadia voa demais e depois não conseguem ficar com o negócio aberto pelo menos dois meses. E outras têm pés no chão, mas não ousa quase nada e também não atrai. Tem que usar os dois, ter pés no chão para saber onde investir. Prefiro ter pés no chão para levar o negócio do que ousar demais e se perder.

Existe alguma outra particularidade feminina não encontrada nos homens?

O jeitinho de conversar, interagir. Mulher escuta mais. Ontem (quarta-feira, 11) uma senhora veio aqui tirar um  xerox e ficou 20 minutos conversando comigo, contando história de brigas com vizinhos e por isso as vezes você precisa ser psicóloga dos clientes. Em uma dessas conversas ele fala uma necessidade que você para refletir e percebe que é válida, então temos que ouvir, prestar atenção e filtrar o que você precisa.