Se por um lado muitos clamam pelas chuvas em virtude da escassez, por outro nem sempre ela é bem vinda. Para o Sr. Antônio Conceição, de 61 anos, a chuva da última quinta-feira, 12, deixou um prejuízo enorme, derrubando três dos quatro cômodos de sua casa, localizada na Avenida Fernando Garcia Palayo, no Jardim Paulistano.
Além da parede dos fundos da casa, até mesmo o chão cedeu com a força da água que escoou para dentro da casa do morador com violência, destruindo ainda alguns móveis como, por exemplo o guarda-roupas. “Fiquei só com essa roupa do corpo. Todas as minhas coisas estavam no guarda-roupas e ele despencou junto”, disse Antônio com a voz embargada e com lágrimas nos olhos.
A chuva que caiu no início da noite teve um efeito devastador também em decorrência da falta de bueiros suficientes na avenida. A força da água também provocou rachaduras no asfalto, visivelmente de baixa qualidade, principalmente pela cratera que se abriu há três semanas, próximo a casa danificada, em uma obra da Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo-, que não foi tampada da forma adequada.
O drama de Sr. Antônio foi presenciado por moradores, funcionários da Ferpex, onde o morador trabalha há oito anos e ainda pelos secretários municipais Osmar Guireli (Infraestrutura), Mara Biroli (Bem Estar Social), Carlos Eduardo Medrado (Obras) e pelo ouvidor público Flávio Coppi, que estiveram presentes na manhã de sexta-feira. Nenhum deles soube precisar de que forma a Prefeitura poderá intervir para ajudar o munícipe a retomar sua vida normal, já que agora ficou sem teto e sem roupas. A secretária Mara Biroli, que também preside o Fundo Social de Solidariedade confirmou que empenhará todo esforço de sua equipe para que encontre uma forma, dentro da legalidade, de ajudar o munícipe desabrigado. “Ainda hoje (sexta-feira) vamos designar que a equipe do CRAS responsável por essa área faça uma avaliação e um relatório do prejuízo e das condições socioeconômicas deles (Sr. Antônio) para saber de que forma podemos ajuda-lo. Se não conseguir com os benefícios da Secretaria (Bem Estar Social), vamos tentar por meio do Fundo Social de Solidariedade. Alguma coisa vamos fazer”, afirmou Mara.
Presente no local, o vereador Salvador Castro de Souza chamou atenção para os demais problemas que levaram à tragédia. “Esta avenida sempre foi um problema, o cruzamento está todo esburacado e em frente à casa dele (Antônio) o asfalto já cedeu. Tem mais uma cratera gigante ali. Já tenho projeto pronto para restaurar aquele cruzamento danificado e agora precisamos resolver isso e uma vez por todas, senão vamos consertar a casa do Sr. Antônio e logo vai desmoronar de novo, pois se aconteceu agora vai continuar ocorrendo se não fizermos galerias e resolver o problema na raiz”, afirmou ele.
Funcionários da Ferpex também compareceram no local para tentar recuperar alguns pertences do colega de trabalho e a gerente da empresa confirmou que a Ferpex fará o que for possível para colaborar com o funcionário.
Sem saber para onde ir, Sr. Antônio ficará abrigado na casa da filha até se chegue a uma conclusão de qual a melhor forma de reparar o problema, se reconstruindo a casa ou conseguindo um novo local para o morador se abrigar. A prefeitura deverá se pronunciar nos próximos dias garantiu o Ouvidor Flávio Coppi.
