Prefeita conclui seu 25º mês de mandato; confira o balanço que ela faz desse período

20 de Agosto de 2025

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Prefeita conclui seu 25º mês de mandato; confira o balanço que ela faz desse período

A prefeita de Fernandópolis Ana Maria Matoso Bim conclui hoje, 28, seu 25º mês de mandato, ou seja, a metade e mais um mês do tempo em que permanecerá frente ao Executivo Municipal. Diante da data, o CIDADÃO questionou seu trabalho nesse período, apresentou temas polêmicos de seu mandato e solicitou que fizesse um balanço de tudo que fez até aqui, levando em conta que, na última semana, o vereador Gustavo Pinato (PPS) ironizou o folheto de campanha que trazia 55 metas a serem cumpridas durante a administração, afirmando que nem mesmo dez delas haviam sido cumpridas e que, independente de qualquer esforço que seja feito, dificilmente, metade delas serão cumpridas até o fim de 2016. Confira:

A senhora conclui hoje (28/02) o 25º mês de seu mandato, ou seja, metade e mais um mês. Qual é o balanço que faz desse período?

Muito positivo. Tivemos um início difícil, muito trabalho a fazer, mas também muitas alegrias. Conquistamos melhorias e realizamos ações em prol do município, e fizemos grandes avanços nessa tarefa de colocar a casa em ordem.

Ainda em relação ao período citado acima, a senhora acredita que conseguirá concluir as metas traçadas em seu plano de governo?

 Sim. Já conseguimos cumprir mais da metade de nossas metas, e até outras que foram surgindo no decorrer do caminho, por isso, temos a certeza de que não só cumpriremos as demais, como realizaremos muitas outras ações em prol da nossa população.

Dentre as 55 metas que lançou em sua candidatura, está o 100% de asfalto para a cidade. Recentemente a senhora foi desafiada por um vereador, na Tribuna da Câmara, de que poderia contratar a empresa que fosse, que não daria tempo de cumprir essa promessa. Afinal, vai dar tempo?

Nossa vontade e nossos esforços são para que isso aconteça, e se os valores pagos em dívidas até o momento tivessem sido revertidos em obras, ao menos 60% desse asfalto estaria feito. Mesmo assim, continuamos em busca de realizar essa meta. Vamos começar pelo Jardim Uirapuru, que após a conclusão das obras de asfalto e galerias ficará parcialmente pavimentado. O tempo é suficiente, e projeto para asfaltar o município em 100% existe, porém, dependemos da liberação de recursos junto aos governos federal e estadual, pelos quais estamos empreendendo esforços para conseguir.

O mesmo vereador afirmou que de suas 55 metas, nem 10 teriam sido cumpridas. Isso procede? Quantas e quais metas a senhora já cumpriu?

Pelas nossas contas, 28 metas já estão totalmente efetivadas (Poupatempo, Remédio nos Postinhos, Academia a Céu Aberto, Atendimento Odontológico, Instituto Federal, Santa Casa como Hospital Escola, Instituto Técnico e Científico, Médico Legal, Instituto Federal, Educação de Qualidade e Merenda Escolar, entre outros); 5 estão sendo implantados (100% de Asfalto, Anel Viário, 100% de Atenção Básica) e 3 não são mais possíveis de serem concretizadas (como é o caso do Tênis Clube que foi vendido pela administração passada). Restam então 19 metas para realizarmos, o que em dois anos é perfeitamente possível. Não podemos esquecer também que muito trabalho foi feito além do que está no Plano de Governo. Renovamos a frota da Prefeitura com a aquisição de 23 novos veículos: Saúde, Educação, Assistência Social e Meio Ambiente, construção da UPA – Unidade de Pronto Atendimento, construção do CEU – Centro de Artes e Esportes Unificado, construção de duas novas Unidades Básicas de Saúde, construção da Creche Pró Infância no Jardim Ipanema, implantação de outra creche no prédio onde era o SESI, adesão ao Programa “Mais Médicos”, com a contratação de seis médicos cubanos, ampliação da Unidade de Saúde do bairro Santa Bárbara, implantação do Programa Saúde do Homem, adesão ao Programa Saúde na Escola, investimentos em melhorias da Iluminação Pública como eliminação dos pontos escuros e troca de lâmpadas dos postes de sódio por led, mais segurança no trânsito com a instalação de semáforos novos e modernos em sete cruzamentos importantes e reforma dos antigos semáforos com instalação em quatro outros cruzamentos, implantação de três novas rotatórias e atendimento da legislação quanto as vagas para idosos e deficientes e rampas em calçadas, retomada do gerenciamento da Incubadora , recuperação de áreas ociosas para o município para ofertar a outras empresas, pagamento de benefício de aluguel para diversas empresas gerando emprego e renda no município, regularização do Distrito Industrial 5, através de licença na CETESB e processo de desmembramento e parcelamento de solo, outorga de escritura da área do Distrito 6 e andamento ao projeto da marginal que dá acesso à área. Implantação do CAPS AD (álcool e drogas), construção da Academia da Saúde na Brasilândia, terceirização da Exposição Agropecuária e Industrial, instituição do Serviço de Inspeção Municipal para fomentar e trazer para a formalidade pequenos fabricantes, incentivo ao corporativismo apoiando a Associação dos Produtores Rurais com a Agricultura Familiar investindo na aquisição de alimentos para a Merenda Escolar, entre outros.

Haverá tempo e, principalmente, dinheiro para concluí-las?

Sim, tempo para concluí-las existe, porém, quanto aos recursos, dependemos de verbas que terão de vir dos governos federal e estadual.

Um dos assuntos mais comentados no início da sua gestão foi a dívida deixada pelo ex-prefeito. Qual foi o valor final desse débito? A Prefeitura já conseguiu pagá-lo?

A dívida deixada pela administração passada chegou à casa dos R$ 36 milhões de reais. Desse montante, foram parcelados R$16 milhões e quitados R$ 10 milhões, restando ainda R$ 10 milhões a pagar. Tudo isso, mantendo os repasses a entidades e a Santa Casa em dia, assim como o salário dos servidores municipais, recuperando o CRP – Certificado de Regularização Previdenciária e retomando a confiança dos fornecedores.

Quais projetos foram atrasados ou abandonados por conta dessa dificuldade financeira?

Nenhum projeto foi abandonado, porém, devido ao fato do município ter ficado por um período sem o CRP, alguns convênios foram perdidos, como é o caso da Estação das Artes. Além disso, até a regularização o município ficou impedido de firmar novos convênios.

A cidade tem problemas sérios de conservação: ruas esburacadas, calçadas danificadas e áreas públicas utilizadas como depósitos clandestinos de lixo. Como resolver isso?

Para melhorar o trabalho de conservação das áreas públicas, as Secretarias Municipais, como a do Meio Ambiente e de Infraestrutura estão trabalhando em parceria, organizando as equipes para intensificar os trabalhos. Quanto aos buracos nas vias públicas, vamos resolver a situação com a contratação de uma empresa especializada para o serviço tapa-buraco, que será somado ao trabalho da equipe de Infraestrutura. Para isso, estamos comprando também 1.200 toneladas de massa asfáltica (em 2013 compramos 900 toneladas e em 2014 foram 1.250). Algumas vias necessitam de recape, e para isso também estamos contratando uma empresa que irá iniciar os serviços em breve. Com relação aos depósitos clandestinos de lixo, a fiscalização da Prefeitura tem intensificado as ações. Preparamos um projeto, que já está na Câmara Municipal para ser votado, que diminui o prazo dos proprietários para efetuarem a limpeza de seus terrenos, o que, acreditamos, deve melhorar a situação dos lotes sujos que tanto incomodam a população. Vale lembrar que o município possui locais adequados para todos os tipos de descarte. Em caso de dúvidas, nossa Secretaria do Meio Ambiente está à disposição.

O serviço de iluminação pública sempre foi alvo de muitas reclamações. Com a transferência da gestão para o município, essas reclamações diminuíram bastante, pelo menos para a imprensa. Afinal de contas, essa transferência acabou sendo benéfica ao município e aos munícipes?

Sim, e muito. Agora podemos dar um atendimento com mais agilidade quanto às reclamações dos munícipes. Além disso, com o Fundo de Iluminação Pública será possível zerar os pontos escuros da cidade no prazo de um ano e realizar gradativamente a troca de lâmpadas de sódio dos postes públicos, por lâmpadas de led, muito mais claras e econômicas. Os novos loteamentos já terão que vir com este tipo de iluminação.

Recentemente o CIDADÃO trouxe como capa, uma matéria intitulada “Fernandópolis: terra de ninguém”. A chamada em tom crítico, foi feita em alusão às decisões políticas que sempre sobrepuseram às administrativas em Fernandópolis e trouxe como exemplo as taxas pífias cobradas pela Prefeitura aos ambulantes e a Lei branda em relação aos lotes sujos da cidade. A senhora pretende mudar essa realidade?

Sim. Aliás, a matéria feita pelo CIDADÃO abordando este assunto foi muito pertinente. Elaboramos recentemente um projeto para readequar os valores das taxas cobradas dos ambulantes, pois acaba sendo uma concorrência desleal com os comerciantes locais que pagam seus impostos, geram empregos e cumprem com os demais encargos.

Acredita que às vezes é preciso se desgastar politicamente - como a senhora fez no caso das mudanças no ITBI – para que o município possa voltar a “andar” ao invés de “engatinhar”?

O administrador público deve ter acima de tudo responsabilidade com o dinheiro dos cofres municipais, que é da população. Às vezes, é necessário tomar algumas medidas para o benefício da maioria e que desagradam uma parcela, e isso claro, gera um desgaste político, mas esse enfrentamento faz parte.

Sua coligação fez a maioria dos vereadores (sete); mesmo assim seu grupo perdeu a disputa pela presidência da Câmara para o 2º biênio, com a eleição de André Pessuto. O que aconteceu?

Os poderes são independentes. A Câmara tem total liberdade para tomar suas próprias decisões, e por isso, não houve em nenhum momento interferência na disputa da presidência.

A senhora foi incluída pelo MPF em uma ação que pede o ressarcimento aos cofres públicos por obras supostamente superfaturadas pelo grupo Scamatti. A senhora conhece pessoalmente o empresário Olívio (apontado como chefe de quadrilha na operação Fratelli)? Qual era a relação dele com o município em seu primeiro mandato?

Sim, conheço o empresário Olívio Scamatti pessoalmente, como conheço muitos outros empresários de várias partes, pois isso é parte do trabalho do administrador público. Porém, quando da contratação de sua empresa para prestar serviços à Prefeitura no meu primeiro mandato, não tivemos contato direto, já que a contratação se deu através de Concorrência Pública e embora acompanhe o andamento das licitações, não participo dos processos. Quando o Ministério Público esteve na Prefeitura recolhendo materiais para a investigação colaboramos em tudo que nos foi solicitado.

Fonte da prefeitura tem dito reservadamente que a deterioração do asfalto faz parte de seus planos, visando criar uma “situação de emergência” com propósito de contratar os serviços, sem licitação. Procede?

De forma nenhuma. Isso é um absurdo! Como um administrador público pode desejar que sua cidade chegue a uma situação de caos? As ruas de nossa cidade estão sofrendo por terem ficado muitos anos sem a manutenção necessária, e isso se agrava com o período de chuvas intensas, o que dificulta o trabalho de manutenção. Tanto que estamos com várias concorrências em andamento para compra de massa asfáltica, inclusive contratação de empresa para serviços de tapa-buracos e realização de recape, como citei acima.

A senhora não teme que a contratação da Preview (agência de publicidade) possa trazer-lhe problemas, como aconteceu na prefeitura de Rio Preto?

Desconheço a relação da agência contratada com a Prefeitura de Rio Preto, o que sei é que essa empresa participou da concorrência, assim como tantas outras e ao final, venceu o processo.

A senhora é candidata à reeleição?

No momento minha preocupação é honrar os votos de confiança que recebi da população na eleição passada, fazendo uma boa administração. Fizemos muito, mas ainda há muito que fazer - é nesse trabalho que nós estamos focados.

Ontem, 27, a licitação da ZPE acabou vazia. O sonho acabou?

De jeito nenhum, luto pela minha cidade até o fim da minha vida. Foi uma etapa, ele continua. Quero que meus netos usufruam disso. Não tem anda de prefeito, quem vai levar os louros é lá na frente, estamos montando um alicerce. Nós trouxemos transparência. Pegamos a administração ela tinha acabado de ter as ações vendidas. Tinha um grupo querendo ganhar dinheiro. Trouxemos a cidade para participar, fizemos audiência públicas, trouxemos o Ministério, e viram que era coisa séria. Mas onde tem dinheiro tem que pensar bem onde vai investir. A situação econômica não está boa.