A lista de irregularidades na FEF - Fundação Educacional de Fernandópolis - não para de crescer, como destacou o jornal Diário da Região na edição desta terça-feira, 10. Agora, a atual administração da entidade, nomeada pela Justiça, descobriu que a FEF, alvo de operação da Polícia Federal no fim de 2014, pagou R$ 3 milhões por créditos tributários podres, que não valem um centavo.
O fato aconteceu em 2007, quando a Companhia Açucareira João de Deus, uma usina de açúcar e álcool de Capela, Alagoas, ofereceu à fundação, por R$ 3 milhões, um crédito tributário contra a Receita Federal no valor de R$ 6 milhões. A FEF aceitou o negócio, aparentemente lucrativo, já que resgataria o dobro do valor pago, e repassou R$ 600 mil à usina e mais R$ 2,4 milhões a uma empresa do Paraná e um empresário de Ribeirão Preto, que se diziam representantes da usina.
Agora, ao tentar resgatar o crédito de R$ 6 milhões, o interventor da FEF, Titosi Uehara, soube da Receita Federal que o crédito já havia sido utilizado antes da venda à FEF. A suspeita é de que a fundação foi vítima de um golpe de estelionato ou que a compra dos créditos foi usada como justificativa para desviar dinheiro da fundação. "Vamos encaminhar esses documentos à PF e ao Ministério Público", disse o advogado José Poli, que integra o grupo de interventores da fundação.
OUTRO LADO
O advogado de Paulo Sérgio Nascimento, Renato Custódio da Silva, disse que vai aguardar a denúncia do Ministério Público para rebater as acusações contra o ex-presidente. "Vamos provar que nada disso procede", disse. Sobre os títulos, disse que foram adquiridos na gestão anterior à de seu cliente, no caso Luiz Vilar de Siqueira, que comandou a instituição até 2008.