É raro um lar fernandopolense que não conta com a companhia de animalzinho de estimação, principalmente no caso dos cães e gatos. No entanto, é raro também passar por uma rua da cidade sem avistar um animal errante, que foi abandonado. Em Fernandópolis, o descaso da própria população é o principal fator que contribui para que haja tantos animais nas ruas e disponíveis para adoção.
De acordo com balanço feito pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Fernandópolis, que trabalha incessantemente no acolhimento dos animais abandonados, em 2014 foram cadastrados 17.453 cães, que foram recolhidos das ruas e levados ao Centro onde são alojados em baias higienizadas permanecendo com alimentação e água até serem adotados nas feiras realizadas pelo CCZ.
No mesmo ano, 184 deles foram adotados, uma média de um a cada 94 animais. Na tentativa de conseguir um novo lar aos bichinhos, o Centro de Controle de Zoonoses realiza feiras na Praça da Matriz para atrair novos “pais” a eles. E, embora, o número de adoções pareça pequeno, em que pese o alto número de animais que aguardam por um novo lar, o total é satisfatório.
Segundo o médico veterinário Mileno Tonissi, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses, o número de adoções veio ao encontro do que já era esperado, todavia, o número de animais abandonados continua crescente. “O problema maior que temos é em relação a conscientização das pessoas. Cada vez mais estão soltando os animais nas ruas. O descaso da maioria é muito grande, e é por isso que existem tantos animais errantes. Em razão de gravidezes indesejadas, as pessoas soltam os animais nas ruas e mesmo com nosso trabalho de adoção, não conseguimos encontrar um lar para todos”, explicou.
Além de retirar os animais das ruas, o CCZ realiza um trabalho de controle da população de animais. Foram 631 procedimentos de castração em cães e gatos. O programa de controle de reprodução desenvolvido pelo próprio médico veterinário responsável Mileno Tonissi, através de cirurgias, é realizado tanto em fêmeas quanto em machos, seguindo um cadastro de agendamento.
“Este projeto de castração não fazemos apenas nos animais retirados nas ruas. Este total se refere a animais que os próprios donos trouxeram. Ou seja, muitos não sabem, mas podem levar seu animalzinho para fazermos o procedimento. Os mais desleixados deixam seu animal sair de casa e ele acaba procriando. No caso das fêmeas, é mais aconselhável trazer para que nós castremos do que descartar os filhotes depois de nascidos”, argumentou Tonissi.
É de responsabilidade do Centro, recolher das ruas animais errantes (abandonados) com alguma zoonose para tratar, vermifugar, vacinar e castrar. A equipe de agentes realiza diariamente visitas domiciliares, assim como teste rápido para pesquisa de contaminação da leishmaniose (investiga, acompanha, realiza a colocação de coleiras). Foram encoleirados 5.610 cães e realizados 8.728 testes.