PF de Jales confirma detenção de Paulo Nascimento e Neuclair Félix

20 de Agosto de 2025

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PF de Jales confirma detenção de Paulo Nascimento e Neuclair Félix

A Polícia Federal de Jales confirmou há pouco a informação dada com exclusividade pelo Cidadaonet nesta manhã de terça-feira, 16, de que o presidente da FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis-, Paulo Nascimento e o coordenador do Programa Escola da Família Neuclair Félix estariam detidos, juntamente com uma funcionária da Fundação.
A reportagem do Cidadaonet está neste momento na sede da PF, em Jales, onde confirmou a detenção temporária de ambos em cumprimento ao mandado de prisão temporária. De acordo com o jornalista Franclin Duarte, que se encontra neste momento na sede da PF, “o caso está nas mãos da PF pelo suposto envolvimento de políticos, já que os mesmos tem foro privilegiado”.

Em contato com ao advogado de defesa de Paulo Nascimento, Maurílio Saves, o mesmo não comentou o assunto, dizendo que ainda não teria tido acesso ao processo. Ele está aguardando para falar com o cliente e o delegado responsável pela investigação Dr. Cristiano Pádua da Silva.

A prisão preventiva de cinco dias a Paulo Nascimento foi decretada pelo juiz Evandro Pelarin.
Neoclair Félix também está detido para averiguação

 

CIDADÃO INFORMA

Com exclusividade, no dia 19 de setembro o jornalista Franclin Duarte veiculou a seguinte matéria pelo Cidadaonet:

Universitários confirmam uso do “Escola da Família” para fins eleitorais

Após o vereador Gustavo Pinato (PPS) denunciar na Tribuna da Câmara, na sessão de terça-feira, 16, que alguns coordenadores do programa “Escola da Família”, do Governo do Estado, estariam utilizando sua autoridade para chantagear os beneficiários em troca de votos, o CIDADÃO ouviu alguns universitários que atestaram a denúncia.

Temerosos em perder a bolsa, muitos confirmaram, mas apenas dois aceitaram gravar entrevista com exclusividade para o CIDADÃO. Edivaldo Mella Janasco, da cidade de São Francisco e L.M.A, de São João do Iracema, relataram histórias que vão desde a necessidade de um padrinho político para conseguir a bolsa, até o número mínimo de votos que determinada candidata deve ter em São João do Iracema, sob pena do cancelamento de 30 das 60 bolsas concedidas ao município.

“Eu fiz o meu cadastro normal no site do programa e depois encaminhei minha documentação para a Diretoria de Ensino, conforme manda o regulamento. Depois que meu cadastro foi aprovado junto a Diretoria, a próxima fase seria a faculdade, e a minha bolsa foi a única da cidade a não ser aprovada. Então, fui até a  faculdade conversar e me disseram, sem nenhum pudor, que eu não havia sido aprovado porque não procurei um determinado vereador de minha cidade”, contou Edivaldo Mella Janasco.

O jovem prosseguiu seu relato e afirmou que só não procurou o vereador pelo fato de  tal obrigatoriedade não constar no regulamento do programa.

 “Fiquei indignado. Sai de lá direto para a delegacia de minha cidade para registrar um Boletim de Ocorrência. Como São Francisco não possui delegado, precisei  esperar a vinda dele ao município. Nesse prazo, o prefeito de lá pediu a minha bolsa para evitar mais problemas”, explicou o estudante.

NO MÍNIMO 200

Já L.M.A, de São João do Iracema, afirmou que os universitários de sua cidade foram pressionados a votar e a conseguir votos dos familiares para uma mesma candidata, sob pena de perderem 30 das 60 bolsas do município.

“Está havendo uma grande pressão, influenciada por meio de uma pessoa da Fundação (FEF), que está meio que obrigando os universitários a votar em uma candidata que a gente não sabe se realmente trabalha por nós. Ele chegou a nos ameaçar exigindo no mínimo 200 votos na cidade ou então 30 bolsas seriam cortadas”, contou a estudante.

DENTRO DAS ESCOLAS

O CIDADÃO conversou ainda com o coordenador municipal do programa, Fernando José dos Santos. Ele alegou ter recebido reclamações de educadores municipais sobre a utilização das dependências das escolas para fazer política.

“Há mais ou menos um mês foi realizado um evento nas escolas estaduais, denominado ‘Um dia na escola de meu filho’ e me solicitaram que fechasse as escolas municipais e mandasse os universitários para as instituições estaduais para ajudar no evento. Assim o fiz. Numa das escolas, onde se encontrava o meu pessoal, eu tive a reclamação de uma das educadoras, que disse que antes dos portões serem abertos uma educadora daquela instituição teria feito uma reunião com todos os universitários para pedir voto para uma candidata”, contou.

Ainda de acordo com Fernando, universitários relataram a ele estarem sendo vítimas de chantagem.

“Uma universitária, que pleiteia uma bolsa, me procurou dizendo que procurou o responsável pelo programa em sua sala na diretoria de ensino e o mesmo não quis lhe atender naquele momento solicitando que ela o procurasse na faculdade. Assim ela fez e lá ele a atendeu e disse que conseguiria a bolsa para ela, desde que a mesma votasse nessa candidata”, completou.

ACONTECEU NO PASSADO

Ainda de acordo com o coordenador municipal do programa, o mesmo teria acontecido nas últimas eleições municipais em Fernandópolis.

“Nas últimas eleições eu fui candidato a vereador. Em determinado dia eu cheguei à casa do meu cunhado e vi o carro do irmão dele com o adesivo de outro candidato a vereador. Então o questionei, pois sou da família e estranhei. Aí ele me disse para ficar tranquilo, pois ele só tinha colocado o adesivo para não perder a bolsa do programa”, concluiu.

OUTRO LADO

O CIDADÃO entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação que enviou a seguinte nota:

“A Diretoria Regional de Ensino de Fernandópolis esclarece que o programa Escola da Família é um espaço de aprendizado e interação que, aos finais de semana, oferece atividades de cultura e lazer aos alunos, pais e comunidade escolar. Os mais de 2 mil bolsistas, que atuam nesse programa em escolas das 15 cidades da região de Fernandópolis, estudam em universidades que têm convênio com o programa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Portanto, uma vez que o universitário integra o quadro de bolsistas, a única maneira de o aluno perder o direito às despesas do curso custeadas pela Pasta e pela universidade é se ele parar de atuar no programa.

É importante ressaltar ainda que o programa jamais foi usado para fins eleitorais. A Diretoria Regional de Ensino de Fernandópolis já designou uma equipe para apurar as acusações”.