Quadrilha de Fernandópolis é suspeita de fraudar vestibulares pelo Brasil

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Quadrilha de Fernandópolis é suspeita de fraudar vestibulares pelo Brasil

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu sete candidatos que prestavam vestibular para o curso de Medicina da Universidade de Uberaba (Uniube), no final da tarde desse sábado, 6, no Triângulo Mineiro. Depois de receber denúncias, os policiais se passaram por fiscais durante a aplicação das provas. As prisões foram divulgadas na manhã deste domingo.
De acordo com o delegado Luiz Tortamano, os candidatos foram presos em flagrante, no momento em que checavam o garabito pelo celular dentro das cabines dos banheiros da universidade. “O gabarito foi repassado pelo celular, por meio de uma mensagem codificada, às 18h de sábado”, disse o delegado. Segundo ele, os candidatos disseram que pagaram R$ 10 mil de entrada para o grupo responsável pela fraude e desembolsariam mais R$ 40 mil, caso aprovados. “Trata-se de uma quadrilha de São Paulo, da região de Fernandópolis. Estamos checando os ‘pilotos’ e os chefes do esquema”, explicou.    
Os sete candidatos foram autuados pelo crime de fraude em certame de interesse público - que prevê pena de 1 a 4 anos de prisão -, mas foram liberados sob pagamento de fiança de R$ 5 mil.
FRAUDES EM FERNANDÓPOLIS 
Em outubro desse ano, a Delegacia Seccional Fernandópolis tomou conhecimento, por parte da Fundação Vunesp, organizadora do vestibular de medicina da Unicastelo, de um possível esquema para fraudar o processo seletivo em benefício de alguns candidatos. 
“Sete pessoas, que costumeiramente vêm se inscrevendo e realizando vestibulares para Medicina, foram identificados na lista dos vestibulandos que concorrem por uma vaga na faculdade de Medicina da Unicastelo de Fernandópolis”, disse Gerson Donizete Piva, titular da Delegacia de Investigações Gerais de Fernandópolis. 
Essas sete pessoas poderiam ser possíveis “pilotos”, como são chamados os que fazem o exame primeiro e informam os comparsas.
Um vestibulando foi flagrado pelos agentes da DIG portando um celular e acabou confessando que havia contratado um “serviço” para sua aprovação no vestibular. O valor total pela vaga teria sido combinado em R$ 45 mil, sendo que havia pago adiantado R$ 10 mil.
Em 2010, duas pessoas foram presas em flagrante em Fernandópolis por estarem envolvidas em um esquema fraudulento de vestibulares. Os criminosos foram detidos, após uma denúncia anônima, com vários equipamentos de comunicação, pelos quais eles passavam informações e o gabarito da prova do processo seletivo de medicina da Unicastelo.
À época, dois dos envolvidos naturais de Sorocaba foram abordados na Rua Espírito Santo, próximo ao Fórum, no Bairro Jardim Santa Rita, no interior de um veículo VW/Fox com placas da referida cidade. J.L.F.S. e A.R.P. confessaram que estavam em Fernandópolis fornecendo equipamentos eletrônicos para cinco vestibulandos de medicina. 
No momento em que os policiais abordavam os dois, um dos celulares tocou, e um policial atendeu se passando pelo criminoso, ocasião em que marcou de se encontrar com dois alunos na rodoviária para devolver os aparelhos. No local os policiais tomaram conhecimento que os vestibulandos C.V.S.B. e R.G.V. teriam sido contatados por uma pessoa estranha que lhe ofereceu os serviços. Eles pagariam R$ 25 mil caso fossem aprovados. 
Ainda na rodoviária outro aparelho que estava com os policiais recebeu uma chamada, dessa vez era C.S.B.R. e sua filha T.B.R. que disseram já estar esperando-os na rodoviária. Em contato com os policiais elas contaram a mesma versão, dizendo que haviam sido contatadas por telefone há 20 dias, por uma pessoa desconhecida, porém C.S.B.R. disse que pagaria R$ 30 mil se a filha fosse aprovada. 
Os dois fraudadores foram presos e 18 vestibulandos indiciados por fraude em vestibular.