Depois de tanto tempo de espera, finalmente os empresários que “ganharam” uma área no Distrito Industrial V poderão investir no local. Isso porque a regulamentação da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - está em seus trâmites finais e pode sair ainda na próxima semana.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rodrigo Ortunho, a demora se deu em decorrência do uso eleitoreiro do Distrito.
“A área já pertencia ao município desde 2008. Porém, durante os quatro anos da administração eles não deram andamento ao setor industrial da cidade. Sabendo que seriam cobrados por isso nas eleições, em 2012 licitaram essa área sem sequer fazer o parcelamento de solo. Às pressas, entraram com o pedido de regulamentação junto a CETESB sem a documentação necessária e o processo ficou parado. Quando assumimos, realizamos o parcelamento de solo e outras adequações exigidas e reenviamos o pedido. Agora a companhia está terminando a regulamentação, o que nos permitirá dar andamento ao projeto”, explicou Ortunho.
COMPLICAÇÕES
Depois de tantos anos de espera, alguns empresários estão temerosos em assumir a área que lhes compete. Isso porque quando receberam suas respectivas áreas, a eles restou à obrigação de fazer toda a infraestrutura do novo Distrito (galerias, asfalto, etc). Até aí, tudo bem. Eles já sabiam da condicionalidade.
A preocupação recorrente é de instalarem a sua empresa em um local que até então não possui acesso. “A verdade é que temos Distritos Industriais em Fernandópolis com mais de 20 anos e que até agora sequer possuem asfalto. Que garantia temos para investir na construção de nossas empresas e na infraestrutura do nosso Distrito se ainda não temos acesso a ele? Quantos anos será que teremos de esperar para conseguir esse acesso? Por onde escoaremos nossa produção?”, questionou um dos empresários que preferiu não se identificar.
Outra problemática exposta pelo mesmo empresário é a questão energética. “Já procuramos a Elektro e ela não nos deu certeza se a energia será suficiente para a nossa demanda. A verdade é que estamos com medo de investir no local sem garantias”, completou.
Sobre os questionamentos do empresário, Ortunho disse que entende o sentimento de desconfiança dos mesmos. “Ao longo da história do 5º Distrito muitas coisas aconteceram. Esse modelo que foi adotado pela administração passada para mim é falho. Não concordo com os empresários tendo que fazer a infraestrutura. Deram um presente de grego aos empresários exigindo deles que fizessem o trabalho do Poder público. O certo seria o poder público fazer e depois dividir o custo pelo número de áreas e licitar por esse valor mínimo. Acredito que se tivesse sido feito dessa forma e as coisas tratadas com mais seriedade e menos política, o Distrito V já estaria funcionando”, completou o secretário.