Conselho de Ética discute sanções a Chamel na próxima quinta

20 de Agosto de 2025

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Conselho de Ética discute sanções a Chamel na próxima quinta

O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Fernandópolis deverá se reunir na próxima quinta-feira, 13, para discutir eventuais sanções ao vereador Rogério Chamel (PSC), após ter insultado a prefeita Ana Bim, no uso da tribuna, chamando-a de “jumenta” e “jumentinha”.

Na quinta-feira, 6, o Conselho chegou a se reunir, mas a temática não entrou em pauta, já que uma representação formulada por quatro secretários municipais ainda não havia sido protocolada oficialmente, e, na agenda do Conselho, que é composto por Étore Baroni (corregedor), Ademir de Almeida (sub-corregedor), Gustavo Pinato (relator), André Pessuto (1º secretário) e Salvador de Castro (2º secretário), já constava a análise do caso de Maurílio Saves, a pedido dele mesmo, sobre um projeto de Neide Garcia.

As sanções impostas pelo Conselho de Ética da Câmara contra Chamel podem ir desde uma advertência oral e/ou por escrito, até a cassação de seu mandato, isso posto em plenário.

SUPLÊNCIA

Posto em plenário, o que depende principalmente do corregedor de ética Étore Baroni, o julgamento político vai decidir se Chamel permanece no cargo ou se abre vaga para o suplente de sua coligação, que no caso é o atual secretário de Desenvolvimento Sustentável, Rodrigo Ortunho.

“Ainda ée cedo para discutir essa questão,  pois  ainda não sabemos qual será a postura dos vereadores diante do caso,, mas se o cassarem, terei que pensar bem se assumir a vaga de vereador é o melhor para cidade. Digo isso diante do momento que vive a pasta de Desenvolvimento. São vários projetos em andamento, coisas boas para Fernandópolis, sem falar na ZPE. Para eu deixar o Desenvolvimento e assumir a vereança teria que ter certo tempo para deixar tudo encaminhado e conseguir dar um suporte para quem entrar em meu lugar”, disse Rodrigo Ortunho.    

Se em detrimento de seu comprometimento com o cargo que ocupa Ortunho decidir não exercer a vereança, quem assume é o segundo suplente Paulo Donizeti dos Santos, conhecido como Paulinho da Prefeitura.

REPRESENTAÇÃO

Indignados com o desrespeito do vereador Rogério Chamel na sessão de terça-feira,4, para com a prefeita de Fernandópolis Ana Bim, quatro de seus secretários formularam uma representação por quebra de decoro parlamentar. Porém, até o fechamento dessa edição não haviam o protocolado oficialmente na Câmara. Para Edson Damasceno, Marlon Santana, Valdir Medrado e Carlos Eduardo Medrado, a conduta do edil em chamar a chefe do Executivo de “jumenta” foi a gota d’água.

Isso porque não teria sido a primeira vez que o vereador usou de sua imunidade parlamentar para ofender os representantes do Executivo como secretários e a própria prefeita.

Em agosto, mais precisamente no dia 5 daquele mês, Chamel não economizou ofensas na hora de se referir ao secretário de Obras da Prefeitura de Fernandópolis Carlos Eduardo Medrado.

“Ele não sabe fiscalizar, não tem respeito, não atende vereador e não sabe de nada que acontece no município e que diz respeito à secretaria dele. Não vai lá ver se a empreiteira está trabalhando. Não está nem aí porque ele ganha R$6 mil e consegue pagar um aluguel de R$ 700, já os mutuários não. Não sei o que ele está fazendo lá”, disse o vereador que concluiu dizendo que se fosse prefeito colocaria Carlos Eduardo Medrado na frente de trabalho para “capinar um lote no último logradouro da cidade”.

Ao ouvir as duras críticas de Chamel na tribuna, Étore José Baroni saiu em defesa do secretário. “Estou chocado com as coisas que disse. Só ouço elogios a respeito deste menino. É competente e tem dado conta do recado. A secretaria de Obras hoje funciona redondinha e ele pegou o barco (talvez bonde) andando”, defendeu.

Ainda na tribuna Chamel rebateu e iniciou uma discussão em alto tom de voz com Baroni. “Se eu falar o que ele me disse a prefeita manda ele embora amanhã. Se você acha ele bom dá uma moção de aplausos para ele”, ironizou.

No rol de ofensas de Chamel, se tornou impossível ainda contabilizar as vezes que ele se referiu ao secretário de Planejamento Edson Damasceno como “Cueca” e as menções dele aos secretários e funcionários públicos municipais de que os mesmos não trabalham, como no dia 19 de setembro, quando disse que funcionários da área da saúde “não estão trabalhando”, ao se referir a cópias de um convênio que não teriam encontrado.

“O edil representado tem extrapolado os umbrais da indecência no exercício da vereança. Em que pese sua origem humilde, é seu dever manter um padrão ético no exercício do mandato. O decoro parlamentar é a conduta individual exemplar que se espera ser adotada pelos políticos, representantes eleitos de sua sociedade, o que não vem sendo feita pelo nobre edil”, escreveram os representantes.