Indignados com o desrespeito do vereador Rogério Chamel na sessão de terça-feira,4, para com a prefeita de Fernandópolis Ana Bim, quatro de seus secretários protocolaram na tarde desta quarta-feira, 5, uma representação por quebra de decoro parlamentar. Para Edson Damasceno, Marlon Santana, Valdir Medrado e Carlos Eduardo Medrado, a conduta do edil em chamar a chefe do Executivo de “jumenta” foi a gota d’água.
A gota d’água, pois essa não foi a primeira vez que o vereador usou de sua imunidade parlamentar para ofender os representantes do Executivo, como secretários e a própria prefeita.
Em agosto, mais precisamente no dia 5 daquele mês, Chamel não economizou ofensas na hora de se referir ao secretário de Obras da Prefeitura de Fernandópolis Carlos Eduardo Medrado.
“Ele não sabe fiscalizar, não tem respeito, não atende vereador e não sabe de nada que acontece no município e que diz respeito à secretaria dele. Não vai lá ver se a empreiteira está trabalhando. Não está nem aí porque ele ganha R$6 mil e consegue pagar um aluguel de R$ 700, já os mutuários não. Não sei o que ele está fazendo lá”, disse o vereador que concluiu dizendo que se fosse prefeito colocaria Carlos Eduardo Medrado na frente de trabalho para “capinar um lote no último logradouro da cidade”.
Ao ouvir as duras críticas de Chamel na tribuna, Étore José Baroni saiu em defesa do secretário. “Estou chocado com as coisas que disse. Só ouço elogios a respeito deste menino. É competente e tem dado conta do recado. A secretaria de Obras hoje funciona redondinha e ele pegou o barco (talvez bonde) andando”, defendeu.
Ainda na tribuna Chamel rebateu e iniciou uma discussão em alto tom de voz com Baroni. “Se eu falar o que ele me disse a prefeita manda ele embora amanhã. Se você acha ele bom dá uma moção de aplausos para ele”, ironizou.
Ainda no rol de ofensas de Chamel, se tornou impossível contabilizar as vezes que ele se referiu ao secretário de Planejamento Edson Damasceno como “Cueca” e as menções dele aos secretários e funcionários públicos municipais de que os mesmos não trabalham, como no dia 19 de setembro, quando disse que funcionários da área da saúde “não estão trabalhando”, ao se referir a cópias de um convênio que não teriam encontrado.
“O edil representado tem extrapolado os umbrais da indecência no exercício da vereança. Em que pese sua origem humilde, é seu dever manter um padrão ético no exercício do mandato. O decoro parlamentar é a conduta individual exemplar que se espera ser adotada pelos políticos, representantes eleitos de sua sociedade, o que não vem sendo feita pelo nobre edil”, escreveram os representantes.