A estratégia vence o poder econômico

20 de Agosto de 2025

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A estratégia vence o poder econômico

Aos 37 anos, o advogado Fausto Pinato realiza o sonho de ser eleito deputado federal e entra para a história da cidade por ser o fernandopolense mais novo a conquistar uma vaga na Câmara Federal, além de ter sido um dos candidatos mais bem votados no município até hoje, com mais de 13 mil votos.
Casado com Verônica e pai de Valentina, suas principais “cabos eleitorais”, o amigo e colega de partido (PRB) de  Celso Russomano (eleito com mais de 1 milhão e meio de votos) ainda é assunto em Fernandópolis e já ganhou destaque nos principais noticiários da TV. 
Com uma campanha sem grandes recursos, Fausto usou de estratégias para driblar a  e conseguir se eleger. Em entrevista, ele fala da mundança de partido (do PPS para o PRB), do quociente eleitoral entre outros assuntos.

O senhor esperava mais votos dos fernandopolenses?
Em primeiro lugar gostaria que continuassem a me chamar de Fausto ou Faustinho  e não de senhor (risos). Voltando ao assunto, minha resposta é sim, esperava mais votos, mas estou muito feliz com a votação que tive, pois logo em minha primeira eleição eu obtive quase que o mesmo número de votos que Julio Semeghini, que já disputa eleições há vários anos. E outra. Agora a impressão que tenho é que tive mais de 40 mil votos aqui em Fernandópolis (risos). Teve gente que depois que fui eleito pegou meu adesivo e colou no carro. Isso é muito bom. O importante é unir a cidade. 
Faltou trabalho na região?
Na verdade faltou dinheiro. Trabalho eu sei fazer, só não tinha dinheiro para isso. 
Qual foi o gasto de sua campanha?
Pouco (risos). Gastei bem menos do que geralmente se gasta para eleger um vereador em Fernandópolis. 
Se tivesse permanecido no PPS, não teria sido eleito. A certeza da grande votação de Celso Russomano foi o principal motivo de sua filiação ao PRB?
Sim! Eu tinha certeza que o Celso Russomano teria mais de um milhão de votos. A regra do quociente eleitoral estava ali para todos. Qualquer um poderia ter ido para o PRB, mas não acreditaram no partido e não o fizeram. 
As críticas ao sistema que, em razão do quociente eleitoral, deixa de fora candidatos com mais de 100 mil votos, provocam no senhor que teve 22 mil votos e foi eleito, que tipo de reação?
Não fui eu quem fez a Lei. Ela já existe há décadas. A minha diferença para os demais candidatos que não foram eleitos é que eu estudei a lei e a utilizei para montar a melhor estratégia. Sempre tive uma ligação muito forte com o PRB e tinha acesso a algumas pesquisas. Eu sabia que não teria, assim como não tive, dinheiro para fazer uma campanha milionária e a única chance que eu teria de ser deputado era me filiando ao PRB. Joguei conforme a regra do jogo.  Estou tranquilo quanto a isso. 
Como candidato o senhor disse várias vezes que a ZPE era plano B, por que defendia a criação imediata de parques industriais. Como deputado, vai mudar de opinião?
De jeito nenhum. Continuo pensando a mesma coisa. Isso não quer dizer que eu não apoiarei a ZPE. Aliás, eu já gostaria de fazer um pedido publicamente ao vice-prefeito e presidente da AZEPEF José Carlos Zambon, para que me passe toda a documentação da ZPE e seu andamento para que eu possa acompanhá-la de perto. Meu gabinete estará de portas abertas para qualquer projeto que seja bom para Fernandópolis. O que eu não quero e não farei de forma alguma é defender qualquer tipo de projeto que seja utilizado somente para fins eleitoreiros e empresariais. Não sou funcionário de nenhum empresário especulador e muito menos oportunista político. Sou funcionário do povo e o que for correto e bom para cidade eu defenderei independente de bandeira partidária.  
Em sua primeira entrevista na TV o senhor defendeu muito a geração de empregos por meio de novas empresas. Qual o seu plano para isso? 
O estado de São Paulo deveria estar estudando alguma forma de oferecer incentivos fiscais para empresas se instalarem no interior do estado, isso para poder utilizar a mão de obra que temos em abundância, gerar emprego e renda para o desenvolvimento do estado como um todo, até para desafogar um pouco os grandes centros e atrair as grandes empresas principalmente para o Noroeste Paulista e o Vale do Paraíba, que são as duas regiões mais pobres do estado. 
Fernandópolis ganhou um deputado e perdeu um advogado?
Não. Fernandópolis ganha um deputado e continua tendo um advogado, só que agora não advogando mais no fórum e sim em Brasília pela nossa cidade. 
Por que Gilmar Gimenes não se elegeu? O que faltou, além dos votos, obviamente?
Faltou ele definir uma estratégia melhor. Se ele tivesse vindo para um partido menor com certeza ele estaria eleito pela sua magnífica votação. Ele tinha estrutura e principalmente dinheiro para fazer uma mega campanha no estado, assim como ele fez. Infelizmente poucos votos o afastaram da Assembleia.  
Sob sua liderança, pode surgir uma nova força para disputar a sucessão municipal em 2016?
2016 está muito longe. Nós temos dois anos para trabalhar para a cidade. Já fui ao encontro da prefeita Ana Bim e me coloqueià disposição dela e principalmente da cidade. Agora é a hora de todo mundo dar um passo para trás e pensar em Fernandópolis. Inclusive ela. Temos que sentar todos juntos e trabalhar pela cidade. Se acertar, acertamos todos juntos e se errarmos, erramos todos juntos também. Eu não discuto eleição municipal antes da hora. A prefeita Ana Bim está aí e tem que ser respeitada. 
A quem o senhor dedica sua  vitória?
Minha vitória eu dedico  primeiro a Deus em seguida para a minha esposa Verônica, e depois para minha filha Valentina e meu irmão Daniel, os dois com cinco anos. Foi por causa deles que fiz a escolha em minha vida de entrar para a política. Não só para o presente, mas para quem sabe dar um futuro melhor para essa geração que está vindo.