Como já de costume, a sujeira com materiais de candidatos tomou conta das cidades brasileiras no dia da votação, 5 de outubro. E em Fernandópolis, a realidade foi a mesma, desta vez, até pior que em relação à última eleição municipal. As ruas da cidade, principalmente nas vias próximas aos locais de votação, ficaram tomadas pelos “santinhos”, jogados durante a madrugada.
Por incrível que pareça, a tática tão ofensiva ao meio ambiente, ainda surte resultado já que muitos eleitores votam sem discernimento, no primeiro santinho que vem à mão.
Na última semana o juiz eleitoral da comarca de Fernandópolis Heitor Katsumi Miura concedeu entrevista ao CIDADÃO e discorreu sobre as principais práticas criminosas que ocorrem no dia do pleito. Em uma das questões, ele foi indagado sobre qual a estratégia, se é que ela realmente existe, para evitar a sujeita eleitoral provenientes de santinhos. Ele explicou que a medida paliativa seria colocar os varredores para trabalharem horas antes das eleições para limpar ao menos parte da sujeita, mas que, no entanto, o ideal seria inibir que os papéis fossem jogados. Segundo Miura, o monitoramento de câmeras de segurança na cidade seria uma grande aliada para combater a prática, pelo poder de inibição e possível identificação dos indivíduos caso fossem flagrados.
O próprio 16º BPMI informou que todo seu efetivo trabalhou na madrugada de domingo, 5, nas ruas de Fernandópolis com o policiamento ostensivo que contou até mesmo com policiais que estavam de férias, folga, bem como os que estavam afastados por motivos de saúde.
Nós entramos em contato com a Prefeitura, que acatou o pedido do juiz eleitoral e disponibilizou o serviço de limpeza no domingo, para saber se há o interesse em implantar o serviço de monitoramento com câmeras de segurança, que já é uma cobrança antiga de vereadores. Nesta semana, inclusive, a vereadora Neide Garcia cobrou pela terceira vez a Prefeitura para que adquira as câmeras e implante o serviço.
Em resposta, a Prefeitura voltou a utilizar-se de seu argumento que se tornou marca do governo: a falta de recursos. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura afirmou que “considera um projeto relevante, porém, no momento não há recursos para executá-lo por se tratar de um alto investimento”.