Saves quer saber se houve falta de decoro em seu pronunciamento

Vereador criticou duramente projeto de Neide Garcia em junho

20 de Agosto de 2025

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Saves quer saber se houve falta de decoro em seu pronunciamento

Um fato inédito está ocorrendo na Câmara Municipal de Fernandópolis. O vereador Maurílio Saves requereu junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa que analisem e esclareçam se ocorreu falta de decoro em um de seus pronunciamentos acalorados, no caso, em junho, quando ficou indignado com um projeto proposto pela vereadora Neide Garcia.

De acordo com documento, Maurílio cita que após criticar na tribuna o projeto 59/2014 que incluiria o dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher) no rol das datas comemorativas de ponto facultativo nas repartições públicas, a vereadora propositora “vem de forma ostensiva mencionando em reuniões do legislativo, notadamente das comissões permanentes, que fora agredida naquela sessão ordinária com manifesto deste subscritor na tribuna, afora, as questões quer o marido da mesma vive mencionando nas vias públicas contra este subscritor em relação ao mesmo fato”.

Inconformado com as citações da vereadora Neide Garcia e do marido, ex-vereador João Garcia, Maurílio Saves quer resolver a situação. Com base no requerimento, o Conselho de Ética da Câmara Municipal, que tem como corregedor o vereador Étore José Baroni convocou os demais vereadores integrantes (Ademir de Almeida, Gustavo Pinato, André Pessuto e Savador Castro) para uma reunião que será realizada amanhã às 17h, no Palácio 22 de Maio.

O conselho irá analisar se ocorreu de decoro no pronunciamento do vereador, aplicando lhe as medidas cabíveis punitivas caso tenha ocorrido.

RELEMBRE O FATO

Durante a 13ª sessão ordinária, realizada no dia 3 de junho Maurílio Saves criticou acaloradamente o projeto de Lei proposto por Neide Garcia que inclui mais um ponto facultativo no rol de datas do município, que segundo ele já está cheio. O projeto foi rejeitado por 9 a 3 e Maurílio não economizou palavras para expor sua insatisfação.
Na ocasião ele argumentou os eguinte:

“A mulher conquistou o espaço onde sempre deveria estar, mas entendo que abrirá um precedente perigosíssimo. Imagina o dia do índio com ponto facultativo, dia da água, dia do negro... Daqui a pouco vai trabalhar quanto tempo? A população é que tem que ser visada. Chega de ser coorporativo. Não vamos criar situações que possam paralisar os serviços para nossa comunidade. Os munícipes precisam da creche, do postinho de saúde. Aí você vai e cria mais um ponto facultativo para população ficar desamparada? Isso não se pode fazer. Tem feriado na quinta, só volta na segunda? E o povo? Alguém me responda? Onde fica o povo?”, esbravejou o vereador.

No momento em que fez o questionamento uma voz vinda do plenário respondeu: “ferrado”.

Saves classificou ainda o projeto de Neide como “um retrocesso para um país que já tem feriados demais”. “Pergunta para uma mãe que leva o filho na creche se ela é favorável a isso. Se a vereadora falasse que isso é para a mulher tirar o dia para cuidar da casa, mas ela diz que é para ir no shopping, para passear? Não é assim que se governa, não é assim que se legisla. Não se pode brincar com coisa séria”, disse Saves em seu discurso acalorado após a fala da propositora.