Resolução prevê plantio de mudas em bancadas para evitar contaminação no solo e ainda cadastramento de viveiros
Desde novembro do ano passado entrou em vigor uma nova resolução da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo que regulamenta o plantio de seringueiras. A resolução 154 de 22 de novembro de 2013 “estabelece exigências para cadastramento de viveiros, jardins clonais, plantas matrizes produtoras de sementes e normas técnicas de defesa sanitária vegetal, para a produção, comércio e transporte de mudas, borbulhas e sementes de seringueira que passarão a ser seguidas efetivamente no início de 2015 quando os viveiristas poderão ser multados casos não se adequem à nova legislação.
A partir do próximo mês todos serão notificados quanto à norma já que posteriormente serão autuados. O EDA – Escritório da Defesa Agropecuária de Fernandópolis já tem designado o engenheiro agrônomo Caio Ramos da Silva que irá orientar e notificar os produtores de mudas para que não sofram punições por descumprimento, cujas multas podem variar de 100 a 2,5 mil UFESPs – Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (R$ 20,14), ou seja, pode chegar a uma multa de R$ 50 mil.
“Contando todos os 12 municípios de abrangência do EDA de Fernandópolis existem aproximadamente 30 produtores de mudas, responsáveis pela produção de 700 mil mudas por ano e uma minoria realiza o plantio das mudas em bancadas suspensas. Em razão de uma praga de solo o atual processo de plantio diretamente no solo não será mais utilizado. Além do plantio em bancadas os viveiristas deverão realizar seu cadastro junto à CDA – Coordenadoria de Defesa Agropecuária, órgão estadual de defesa sanitária vegetal”, explicou Caio Ramos.
Além das duas principais exigências da nova legislação, o plantio em bancadas suspensas (40cm do chão) e o cadastramento obrigatório, os produtores de mudas terão várias outras normas a serem seguidas para a produção como, por exemplo, o substrato que não poderá conter terra e ter boa porosidade livre de nematoides e fungos.O perímetro externo da área também deverá conter cinco metros de grama roçada ou livre de vegetação bem como as mudas deverão ser agrupadas em lotes e clones, devendo os lotes ficar separados nas bancadas por, no mínimo, 20 cm de distância.
São várias exigências e sabemos que muitos viveiristas vão reclamar no começo, ainda mais pela crise do setor com a baixa nos preços da borracha e, consequentemente das mudas, mas o ganho na produção é bem superior para quem produz em bancada suspensa. Enquanto o índice de mortalidade da produção direta no solo é de 30%, o de produção em bancada suspensa é de apenas 5%, além de possuir melhor qualidade genética, precocidade na produção e melhor uniformidade do seringal”, destacou o engenheiro.
A cultura de seringueira em São Paulo é responsável por 55% da produção nacional de borracha natural, o que lhe confere o 1º lugar do ranking. São 90 mil hectares de área plantada no Estado que é o pioneiro na implantação de tecnologias que facilitam a aferição da rastreabilidade dos materiais de propagação vegetativa e garantem melhor qualidade genética e sanitária das mudas produzidas.