Na semana passada mais uma moradora de Fernandópolis relatou via facebook ter sido vítima do que pode ser uma ação de golpistas na cidade. De acordo com a mulher, ela e sua amiga estavam indo até sua casa em veículos diferentes, quando ao chegar em sua casa primeiro, sua amiga notou que havia dois homens altos e devidamente bem vestidos já no interior da garagem. Eles a abordaram perguntando se a mesma conhecia os proprietários do imóvel e relataram que estavam ali para averiguar uma movimentação suspeita de dois rapazes de bicicleta com trajes de pedreiro. No entanto, os dois homens altos, um branco e um moreno, eram os próprios criminosos que tentariam um furto na residência em questão.
Em seguida, eles se evadiram em um Ford Fiesta de cor prata com o pretexto de que iriam atrás dos dois prováveis bandidos, não retornando mais ao local. Ainda de acordo com relato na rede social, a moradora disse que esta ação não ocorreu apenas com ela e que outras pessoas podem estar sendo vítimas dos dois golpistas, que por estarem bem vestidos passam a confiança de que estão ali apenas para ajudar sendo que na realidade eles mesmos é que tentam praticar o furto e em caso de abordagem do dono da casa conseguem uma boa desculpa para se evadir.
O maior problema em toda essa situação é que na maioria dos casos o morador não relata a ocorrência à PM e nem mesmo registra o B.O. E esse fator vai ao encontro do que os golpistas desejam e até por isso que estão sempre bem trajados.
Diante do fato, nossa reportagem procurou o comandante da 1ª Companhia do 16º BPMI de Fernandópolis, capitão Wilson Cardoso Junior, para saber qual a orientação neste tipo de golpe. Para ele, é fundamental que desconfie de qualquer pessoa que esteja em sua residência sem autorização e sem identificação, caso seja um possível prestador de serviço. “Quando se deparar com uma pessoa em sua casa a primeira providência é perguntar qual o motivo dele estar ali. Geralmente aplicam um golpe dizendo que são de alguma empresa e que precisam prestar um serviço, mas se você não tiver solicitado tal atendimento desconfie e se estiver sozinha em casa peça para que volte em outro horário. Se possível ligue até a empresa da qual ele diz que pertence e confirme o serviço. Estes criminosos querem facilidade por isso estudam o local antes de agir. Portanto, deve-se comunicar a Polícia Militar via 190 imediatamente”, explicou.
Diante do medo de alguns em se identificar e acarretar em uma nova ação dos criminosos, o capitão deixou claro que a identidade da pessoa será mantida em sigilo. “A pessoa não precisa ter medo. Tem que comunicar a Polícia mesmo quando não há prejuízo material. A viatura fará uma fiscalização no local imediatamente e abordará, caso necessário, os suspeitos. Estas ocorrências de possíveis golpes devem ter o conhecimento da PM para que fiquemos em alerta caso ocorra novamente, e para que possamos filtrar os horários de pico que estes indivíduos agem, deslocando as viaturas para o bairro escolhido por eles para prática do crime”, disse.
As duas primeiras ações dos criminosos ocorreram no Bairro Antônia Franco, já a terceira, no Bairro Jardim Universitário. Vale lembrar que ambos os bairros ficam ladeados, separados pela Avenida dos Arnaldos (4).Há ainda relatos de pessoas que viram um Fiesta e cor prata com dois indivíduos altos e bem vestidos circulando pelo Bairro Jardim América, próximo ao Santa Helena.
A ação dos criminosos pode caracterizar os crimes de estelionato - De conformidade com o Código Penal brasileiro o estelionato é capitulado como crime econômico (Título II, Capítulo VI, Artigo 171), sendo definido como "obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento - e de furto qualificado - assim chamado devido ao modo de execução do delito, que facilita a sua consumação pelo abuso de confiança, mediante fraude ou destreza ou ainda com invasão de residência-.
A pena para o crime de estelionato pode variar de dois a cinco anos em regime fechado, já o de furto qualificado pode chegar a oito anos.
