A indústria paulista demitiu 16,5 mil empregados em junho, o que equivale a uma queda de 0,64% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal (das diferenças de oferta e demanda nos períodos). O número foi divulgado nesta quinta-feira, 17, pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O resultado é o pior desde 2006, quando a Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo começou a ser realizada pela instituição junto com o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Segundo as entidades, isso seria um indicativo de que a situação do emprego no setor tende a se agravar até o fim do ano.
Para o diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francino, responsável pela pesquisa, um resultado "tão ruim" não era esperado.
— Nem em junho de 2009, diante dos reflexos da crise econômica de 2008, a queda no número de empregos foi tão expressiva.
As instituições destacam que a queda no nível de emprego em junho de 2009 foi de 0,47% com ajuste sazonal, diante dos atuais 0,64%, também com ajuste. Já no acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, foram 96.500 profissionais demitidos.
Para Francini, 2014 pode terminar com mais postos fechados que em 2012, quando foram demitidos 52 mil trabalhadores na indústria paulista. Foram 36,5 mil profissionais dispensados em 2013.
— É possível que fiquemos num número entre 2009, quando houve 112,5 mil cortes, e 2012, ou seja, variando entre 112,5 mil e 52 mil vagas eliminadas.
Segundo as duas entidades, a pesquisa ainda aponta na análise por setores, que o maior número de demissões ficou com a indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 3.661 vagas fechadas. O setor de produtos alimentícios veio em segundo lugar, com 2.566 postos a menos, seguido por confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2.562 empregos).
Regiões
As regiões do Estado Matão, Presidente Prudente e Limeira foram destaques positivos no que se refere ao emprego. Entre os piores desempenhos, Cotia, Jaú e São Bernardo do Campo estão entre os piores desempenhos.
Foram gerados mais 4,63% empregos em junho em Matão, movimento estimulado principalmente pelos setores de produtos alimentícios e máquinas e equipamentos. Já em Presidente Prudente, com 0,92% mais vagas no mês, os artefatos de couro e calçados, junto com coque, petróleo e biocombustíveis foram os motores. A alta de 0,9% em junho em Limeira é atribuída aos veículos automotores e autopeças e à celulose, papel e produtos de papel.
Entre as áreas que mais demitiram, foram menos 2,76% postos em Cotia, menos 2,13% em Jaú e menos 1,84% em São Bernardo do Campo.
O desempenho negativo em Cotia foi puxado pelos móveis e produtos têxteis, com vagas fechadas sobretudo em artefatos de couro e calçados e alimentos em Jaú e veículos automotores e autopeças e produtos de borracha e de material plástico em São Bernardo do Campo.