Embora quase nula a incidência do Greening na microrregião de Fernandópolis, os citricultores devem ficar atentos à inspeção da praga, cujo prazo para envio de relatório se expira no próximo dia 15. O Greening ou huanglongbing (HLB) é considerado a pior doença dos citros do mundo por ser de difícil controle e de rápida disseminação sendo altamente destrutiva às plantas contaminadas.
Todos os produtores de laranja e de qualquer outra fruta cítrica devem realizar a inspeção a cada três meses, no entanto, o relatório online deve ser entregue duas vezes ao ano. A doença provoca desfolha, seca e morte dos ramos, além de causar irregularidade na maturação da fruta, redução do tamanho, deformação e queda intensa. Se o proprietário do pomar identificar algum sintoma na planta ela deve ser erradicada (eliminar o pé da fruta). A inspeção deve ser feita planta a planta e a poda não combate a doença.
A multa para aqueles que não entregarem o Relatório Greening dentro do prazo pode chegar a R$10.070, já que a penalização ao produtor varia entre 100 a 500 UFESPs – Unidade Fiscal do Estado de São Paulo que tem valor fixado em R$20,14.
“Nossa região é praticamente livre do Greening, o índice de infecção de plantas não chega a 1%, mas a inspeção é obrigatória e de suma importância para mantermos-nos livre da praga. Sempre temos uma boa adesão já que praticamente todos citricultores entregam o relatório dentro do prazo”, destacou o engenheiro agrônomo Caio Ramos, assistente de planejamento do EDA – Escritório da Defesa Agropecuária, de Fernandópolis.
Ramos atribuiu o baixo índice da doença na região ao controle rígido de pulverização agrotóxica feita nos pomares da região. “Aqui o produtor realiza um manejo muito rígido e aplica inseticidas regularmente. Inclusive o veneno utilizado para conter a chamada ‘cigarrinha’ acaba inibindo o psilídeo causador do Greening”, ressaltou o engenheiro agrônomo.
Na região de Fernandópolis, que conta com outros 11 municípios existem cerca de 450 propriedades com pomares cítricos, na maioria com plantações de laranja. Anualmente são produzidas quase 10 milhões de caixas (laranja, limão tangerina...) nos mais de 3 milhões de pés. No entanto, este número já foi maior como explicou Caio Ramos: “Nossa produção já foi duas vezes maior que atualmente. Chegamos a ter seis milhões de pés, mas muitos citricultores mudaram de cultura de produção. A cana-de-açúcar, por exemplo, já tomou conta e a crise no setor cítrico contribuiu. Apenas em 2013 meio milhão de pés foram erradicados”, disse.
O relatório Greening é disponibilizado 50 dias antes do fim do semestre no site da Defesa Agropecuária, órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
CANCRO CÍTRICO
De acordo com nova legislação de comunicação obrigatória, o relatório de inspeção do cancro cítrico, doença que atinge todas as variedades comerciais de citros, presente no país desde 1957, deve ser enviado juntamente com o relatório de Greening. Até então, o citricultor apenas comunicava o EDA sobre alguma planta possivelmente contaminada pela bactéria causadora de lesões na forma de manchas salientes de coloração marrom em folhas, ramos e frutos. Assim, após inspeção de um engenheiro agrônomo o pé era erradicado assim como as plantas próximas em um raio de 30 metros.
Agora, o produtor é obrigado a comunicar a inspeção e em caso de uma planta com suspeita da doença ele deve erradicá-la e, no raio de 30 metros, pulverizar com uma solução cúprica (à base de cobre).
A multa para quem deixar de entregar o relatório de Cancro Cítrico dentro do prazo, ou seja, 15 de julho, é a mesma em relação ao relatório Greening.