Servidores petistas criticam postura do partido e negam possibilidade de deixar a Prefeitura

20 de Agosto de 2025

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Servidores petistas criticam postura do partido e negam possibilidade de deixar a Prefeitura

No que depender dos membros do diretório municipal do PT em Fernandópolis que atuam diretamente na administração da cidade, as declarações do presidente do partido Rober Caetano não deverão dar em nada. Na semana passada, após anunciar o rompimento do PT com o governo municipal, Rober, presidente do diretório, afirmou ao CIDADÃO que Sérgio Paschoal Teixeira (IPREM – Instituto de Previdência Municipal), Vic Renesto (Cultura) e o advogado Milton Edgard Leão, diretor de apoio ao Comércio à Indústria e ao Serviço, da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, ambos filiados ao PT, teriam de decidir se permaneceriam em seus respectivos cargos na Prefeitura ou no diretório municipal, pois segundo ele “não dá para ficar dos dois lados”.

No entanto, Milton Leão e Teixeira, além de Vic Renesto, o qual Rober disse não considerar um militante embora seja um membro, já manifestaram que não deixarão seus cargos frente à administração municipal.    Vic preferiu não se posicionar quanto à declaração feita por Rober até que receba a decisão oficialmente. “Não quero comentar esse assunto. Tomei conhecimento sobre isso pela imprensa, mas não vou falar nada a respeito até que ele nos comunique de forma oficial”, disse.

Já o advogado e ex-prefeito de Fernandópolis Milton Leão criticou o posicionamento do diretório municipal do PT. “Acho que estão se perdendo em picuinhas, prejudicando o partido. É lamentável uma atitude dessa num momento como esse (período pré eleitoral). Já havíamos discutido isso há dois meses e decidido continuar apoiando o governo, mas fizeram outra reunião sem convocar todos os membros e votaram pelo rompimento. Não vejo competência a nível local para impor o desligamento”, contou Leão, que também se mostrou contrário à justificativa do presidente do partido ao dizer que “a prefeita não está implantando as políticas públicas defendidas pelo PT.

Em uma eventual possibilidade de escolha entre ficar no partido ou na Prefeitura, Leão foi preciso ao afirmar que não deixará a Prefeitura. “Impossível. Isso (rompimento) não muda nada. O partido me liberou na época e eu assumi o compromisso de ajudar a Ana (Bim, prefeita). Vou continuar ajudando e como advogado, sou combatente à decisão do diretório”, afirmou ele que disse que o momento é de facilitar e não de prejudicar a administração municipal.

Quem também compartilhou da mesma opinião de Milton Edgard Leão foi o presidente do IPREM, Sérgio Paschoal Teixeira, que ainda ratificou a permanência na Prefeitura além de definir a decisão do presidente do diretório como “antidemocrática”. “Eu acredito que eu devo ficar nos dois lugares (Prefeitura e PT), ou então me afaste temporariamente do partido em função da decisão antidemocrática. Um dos princípios do PT é a democracia interna. Uma decisão tão importante como essa (rompimento com o governo) não pode ser tomada por meia dúzia ligada ao presidente Rober”, destacou.

Teixeira disse ainda que sua história dentro do partido lhe garantirá no diretório municipal. “Eu ainda não fui notificado quanto a decidir se fico no Partido ou na Prefeitura, mas minha história de 28 anos no partido e minha relação com o diretório estadual e nacional me garante. Nunca usei o partido. Tudo que fiz por ele em benefício da cidade e o que estou fazendo frente ao IPREM corresponde a confiança que depositaram em mim e por isso não abrirei mão de um nem outro”, explicou.

Em relação à situação de seus aliados petistas no governo, Ana Bim disse apenas que não cabe a ela opinar a respeito. “A atitude do presidente (Rober) não foi muito inteligente visto o período de eleições, mas agora quanto a ficarem no cargo ou partido eu não posso me meter. É uma briga interna deles que devem resolver. Me ajudaram muito na campanha e vão continuar me ajudando na Prefeitura”, afirmou a prefeita que disse ter vários outros petistas atuando no Poder Público Muncipal.

Ana negou ainda que tenha dado socos na mesa durante a reunião realizada na semana passada, assim como nos relatou Rober Caetano. “Minha mesa é muito grossa (risos). Isso que ele disse não ocorreu e ele deveria dizer a verdade para a população. Assim como ele tem o direito de se desligar do governo municipal eu tenho o direito de dizer que foi uma atitude infeliz por parte dele. Disse que faltava diálogo entre nós, mas o presidente nunca me procurou, por que a prefeita tem que ir atrás dele? Foi uma briga do PT e me colocaram no meio disso tudo”, explicou.

Na semana passada Rober Caetano afirmou que os três petistas que atuam no governo de Ana Bim seriam oficializados sobre a decisão de permanecer em seus respectivos cargos ou no diretório municipal.