O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que “não vê necessidade” da cobrança de sobretaxa por excesso de consumo de água no Estado. A medida havia sido anunciada em abril e, desde então, a sua implantação vem sendo adiada. Alckmin, que tenta a reeleição ao Governo paulista, pôs a responsabilidade do início da cobrança na Agência Reguladora de Água e Energia do Estado (Arsesp).
“Quem estabelece tarifa é a Arsesp. Eu não vejo necessidade (de cobrança) porque nós estamos com 91 por cento da população que aderiu ao uso racional da água. Quase metade, mais de 40 por cento, ganhou o bônus. Então é a Arsesp que decide”, afirmou.
No dia 22 de abril, Alckmin anunciou que a Sabesp começaria a cobrar em maio de quem aumentasse o consumo de água acima do médio de 2013. De acordo com o tucano, a taxa seria de 30% sobre o valor da conta. Foi divulgado no dia 14 de maio que o cronograma de implantação da sobretaxa estava sendo reavaliado pelo Governo. Apesar de já ter obtido aval da agência que trata do tema e da Procuradoria-Geral do Estado, o custo político da medida, impopular em ano de campanha eleitoral, foi reavaliado por Alckmin.
O Sistema Cantareira, de seis barragens, principal fornecedor hídrico da Região Metropolitana de São Paulo, já opera com menos de 20% da capacidade desde sexta-feira passada. A medição considera o volume morto, reserva do fundo dos reservatórios, usado desde maio. O Cantareira atende 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, praticamente metade da população da Região Metropolitana. Ontem, operava com 18,8% da capacidade. Em 27 de junho, o índice era de 21,1%.
Revista íntima
Alckmin (PSDB) acrescentou que avalia se sanciona o projeto de lei que acaba com a revista íntima nas penitenciárias de São Paulo, mas põe como entrave o custo dos aparelhos que detectam drogas no corpo dos visitantes.
Ele não descarta que o governo alugue os equipamentos. Na quinta-feira passada, a Assembleia Legislativa do Estado aprovou o fim do procedimento. Segundo o deputado estadual José Bittencourt (PSD), autor do texto, o projeto surgiu com base em relatos sobre os vexames a que visitantes são submetidos quando visitam familiares em um dos 160 presídios estaduais.
De acordo com Alckmin, os presídios já têm detectores de metal: “Agora droga, cocaína, você não detecta por esse aparelho. Existe um scanner, um aparelho muito sofisticado que, em qualquer lugar do corpo, onde tenha droga, ele detecta”, afirmou. Ele disse que o custo dos scanners varia entre R$ 450 mil e R$ 500 mil.