Atualmente, despesas com salários de vereadores é de R$780 mil por ano mas poderá cair para R$10.800 mil
A tradicional expressão “8 ou 80” talvez seja a melhor maneira de descrever a postura do vereador Rogério Chamel. Após integrar o chamado “Grupão” da Câmara Municipal que colocou em votação em regime de urgência os três polêmicos projetos de lei que fixaram aumentos abusivos nos salários dos agentes políticos de Fernandópolis e ainda o aumento de mais duas vagas para vereadores a valer a partir de 2017, Chamel radicalizou nesta semana e apresentou um projeto de resolução (7/2014) que foi protocolado na quarta-feira, 2. A proposta completamente inversa ao projeto aprovado no último dia 10, que fixou um aumento de 60% no salário dos vereadores (de R$5 para R$8 mil) prevê a redução salarial para R$100. Embora Chamel também queira diminuir para 9 o número de cadeiras, a proposta não integrou o Projeto pois seria necessária a assinatura de pelo menos outros nove vereadores já que a Resolução altera a Lei Orgânica do município.
Após a total desaprovação popular e acusações de ter sido o mentor do “Grupão” que aprovou os projetos de aumentos abusivos e surreais, o vereador Rogério Chamel, que foi o menos votado entre os eleitos com 1,37% dos votos (503 votos) resolveu mudar a postura e propor a redução salarial em 98% além da diminuição de quatro cadeiras na Casa de Leis. “É fácil jogar a culpa em um só, mas todos os vereadores assinaram o projeto em 2013 e agora alguns querem fazer graça. Mas como a maioria quer o corte de gastos eu mudei de ideia fiz essa proposta”, explicou Chamel que justificou ainda dizendo que “quando um munícipe vier pedir dinheiro teremos o argumento de que será impossível ajudar”. Ele fez questão de lembrar que, em virtude dos encargos, o salário líquido dos vereadores cai para R$3,5 mil.
De 2002 a 2013 a Prefeitura desprendeu-se de R$ 27.442.419,22 milhões com Câmara Municipal. Se a Câmara Municipal mantiver o projeto dos aumentos salariais e do número de vereadores que ainda depende da segunda etapa de votação, o governo municipal gastará com os vencimentos dos prováveis 15 vereadores anualmente R$1.440 milhões. Atualmente os salários dos 13 vereadores são responsáveis por uma despesa de R$780 mil por ano e, se aprovada a nova proposta de Chamel, o valor seria ínfimo se comparado ao atual, apenas R$10.800.