Nesta semana o GAECO voltou a agir no combate ao tráfico e associação ao tráfico de drogas na região noroeste do Estado de São Paulo. Na segunda-feira, 16, O MP – Ministério Público por meio do Grupo de Operações Especiais Contra o Crime Organizado, núcleo de São José do Rio Preto em parceria com a Polícia Militar realizou uma grande operação denominada “Salus” (na mitologia romana Salus era a Deusa da Limpeza) para desmantelar duas quadrilhas que agiam principalmente nos municípios de Jales, Palmeira D’Oeste e Aparecida D’Oeste e que possuíam até mesmo ligação com o PCC – Primeiro Comando da Capital, maior organização criminosa do país.
Com o efetivo de 250 homens e 80 viaturas, a operação foi realizada em oito municípios, São José do Rio Preto, Fernandópolis, Jales, Palmeira D’Oeste, Aparecida D’Oeste, São Francisco Marinópolis e Nova Canaã Paulista, e cumpriu 85 mandados judiciais de busca e apreensão e prisão.
Foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão outros 22 mandados de prisão resultando na prisão de 19 pessoas, sendo duas em flagrante. O GAECO, que iniciou a operação às 5h apreendeu também vários objetos utilizados na comercialização de drogas (veja a tabela). Dos envolvidos, quatro deles são de Fernandópolis.
O promotor de Justiça responsável pelo núcleo do Grupo de Atuação em São José do Rio Preto, João Santa Terra Junior, explicou que a operação foi deflagrada na segunda-feira, porém que as investigações já existem desde 2012 e já prendeu dezenas de traficantes da região, inclusive um deles que possui envolvimento com o PCC. “Nós precisávamos fazer uma limpeza nestas organizações criminosas do narcotráfico que estavam se ramificando nestes municípios. Fernandópolis, por exemplo, chamado de ‘Rota do Tráfico’ possui uma condição logística que favorece o escoamento dessas drogas que vem principalmente dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, explicou Santa Terra.
O promotor foi enfático ao citar, inclusive a facilidade da droga entrar no Brasil, proveniente de países que fazem fronteira como o Paraguai e a Bolívia. “No Brasil existem muitas ‘fronteiras secas’. Você consegue colocar um pé num país e o outro pé em outro. Seria preciso um exército de milhares e milhares de soldados para fechar uma fronteira seca. É impossível controlar o que entra e saído Brasil”, explicou.
Quando ao envolvido com o Primeiro Comando da Capital, Santa Terra disse que este foi o fator que desencadeou toda a operação. “Ele é da região de Palmeira d’Oeste, mas foi preso em Rio Preto ao longo das investigações. Era uma célula que possuía ligação com o PCC e procurava se ramificar na região. A partir dele iniciamos uma segunda investigação de duas organizações criminosas na região que mantinham contato entre si, mas que atuavam de maneira autônoma com o tráfico de drogas”, disse ele.
Durante coletiva de imprensa realizada na sede do16º BPMI de Fernandópolis, Santa Terra ao lado de outros quatro promotores e do major Antônio Umildevar Dutra Junior, comandante interino do Batalhão de Fernandópolis, explicou a importância da Operação Salus. “Por vezes, órgãos de imprensa e a própria Secretaria de Segurança Pública dão mais importância para operações que prendem toneladas de drogas em grandes centros. Mas o efeito do tráfico nestes pequenos municípios tem um dano social absurdo. Em proporção, o prejuízo causado pela droga em pequenos polos é bem maior e sempre quase impossível de se conter em virtude das zonas rurais onde a droga é facilmente escondida”, explicou.
Ele disse ainda que o objetivo central de desestruturação do tráfico na região era angariar documentação que comprove a ligação e associação destas pessoas investigadas com o tráfico de entorpecentes, tirá-las de circulação, ouvir testemunhas e pessoas presas e analisar os objetos apreendidos como computadores e agendas para subsidiar a ação penal da operação.
DOIS COELHOS COM UMA CAJADADA
Um fato também chamou a atenção dos promotores e policiais. Um dos indivíduos presos durante a Operação Salus, no município de São Francisco, além de ser indiciado por tráfico de drogas e associação ao tráfico, ele será julgado por tentativa de homicídio. Isso porque na mesma madrugada, momentos antes da operação ele tentou matar um homem em Jales e já estava foragido no município vizinho.
Objetos apreendidos
- 06 armas de diversos calibres;
- 24 cartuchos deflagrados de diversos calibres;
- 06 cartuchos intactos de diversos calibres
- 01 motocicleta apreendida com queixa de furto;
- 06 espargidores de agente lacrimogêneo (gás pimenta);
- 119 celulares;
- 22 computadores e notebook;
- 32 CD’s e 4 DVD’s;
- 35 pen drive;
- 07 tablets;
- 20 agendas, cadernos e papéis com contatos telefônicos;
- 104 correspondências e cartas;
- 02 rádios tipo HT;
- 01 socador;
- 01 balança de precisão;
- dinheiros e dólares;
- drogas, como maconha, crack e cocaína;