Conforme divulgado na semana passada os vereadores de Fernandópolis votaram na 14ª sessão ordinária de 2014, além dos aumentos abusivos de seus próprios salários, o aumento do número de cadeiras na Câmara Municipal. No entanto, por se tratar de um projeto de emenda que altera a Lei Orgânica do Município, a votação é realizada em duas etapas.
Na primeira, realizada no último dia 10, o projeto que fixa o número vereadores de 13 para 15, a valer a partir de 2017 teve a aprovação da maioria. Apenas os vereadores André Pessuto, Arnaldo Pussoli e o presidente Chico Arouca foram contrários à aprovação da emenda.
Já a segunda e definitiva etapa da votação, costumeiramente é realizado após 10 dias contados da primeira votação (dia 10). Porém, como os vereadores entraram “de férias” nesta semana, tendo a última sessão realizada antes do recesso na terça-feira, 16, a definição ficará apenas para o mês de agosto, ou seja, 55 dias após a primeira votação.
Nossa reportagem questionou o presidente da Câmara Municipal sobre a possibilidade de ter sido uma estratégia dos vereadores votar o projeto em regime de urgência no último dia 10, já que assim, não completaria os 10 dias até a última sessão antes do recesso, realizada na última terça-feira, 17, contabilizando apenas sete dias. Além de negar, ele disse inclusive que está arrasado com a votação do projeto de aumento de vereadores. “Estratégia não foi, mas fiquei muito arrasado com tudo isso. Sempre fui contra aumentar o número de vereadores tanto que quando o projeto chegou na minha mesa eu recusei assinar e isso ficou embargado por mais de um ano, mas agora conseguiram um outro caminho de colocá-lo em votação”afirmou o presidente que também negou a possibilidade de realizar sessão extraordinária para segunda votação.
Ainda durante entrevista, o presidente Chico Arouca expôs sua insatisfação com a aprovação do projeto. “Sempre fui contra aumentar salários e aumentar cadeiras. Desde quando eu era líder comunitário eu já participava das reuniões sobre o tema e me posicionava contrário. 13 vereadores já está bom demais. Estes projetos vieram em um péssimo momento do país”, disse Arouca.
Visivelmente aborrecido ao lembrar-se da aprovação dos projetos de aumento de salários, Chico Arouca disse estar arrasado. “O que mais me irritou em tudo isso foi votar um projeto como esse em regime de urgência. Nós temos quatro anos para votar este tipo de coisa e geralmente é votado na última sessão do mandanto. Isso me deixou arrebentado, arrasado, pois eu queria enfrentar a população, ouvir a opinião deles. Isso me deixou frustrado porque se o povo votou no vereador ele tem o direito de saber o que está acontecendo”, disse o presidente.
Em 2011 o atual presidente da Casa já havia se mostrado contra o aumento de vereadores quando ainda era apenas líder comunitário. Na mesma reunião, realizada à época, quando a Câmara ainda era formada por 11 vereadores cujos salários eram de R$4 mil, o padre Deoclides Lolis também criticou o aumento de salários aconselhando os vereadores a abandonar seus empregos assim que fossem eleitos para trabalhar exclusivamente em favor dos interesses da população”.
Em suma, conforme o próprio presidente do Legislativo ressaltou, o projeto que entrou na pauta do último dia 10 por dispensa de formalidades tinha mais praticamente dois anos e meio para ser votado, no entanto, os vereadores anteciparam e votaram a emenda em menos de um ano e meio de mandato, e esta, por sua vez, passa a valer a partir de 2017.