Conhecido como Rafael, Amadeu Bizelli ganhou nome de rua. A que ele mesmo abriu, literalmente

20 de Agosto de 2025

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Conhecido como Rafael,  Amadeu Bizelli ganhou nome de rua. A  que ele mesmo abriu, literalmente
 CIDADÃO conversou com Valdomiro Bizelli e Anita Vidal, filhos de Amadeu, sobre a vida do personagem que nomeia a “Avenida Sete”

Considerado um dos maiores comerciantes do início de Fernandópolis, Amadeu Bizelli foi mesmo, um importante homem para a história do desenvolvimento da cidade. Nascido em 10 de junho de 1892, na região de Araraquara, morou em Uchôa até meados de 1939, quando decidiu se mudar para a Vila Pereira.

O motivo de sua vinda à terra moça, além de ser uma área com pouco investimento em comércio e indústria, era implantar uma máquina de benefício de arroz, que por sinal, foi muito importante para os moradores, que na época, não tinham um maquinário capaz de tirar a casca do arroz.

Além da máquina, Amadeu também foi proprietário de “Serraria Bizelli”, a primeira indústria do setor de madeira da região. Em parceria com a olaria de Afonso Cáfaro, cedeu materiais para a construção do “GEJAP”, hoje conhecida como escola “JAP”. Todo material de tijolo e madeira foram doados por estes dois, além da ajuda de outros colaboradores, e foi essencial para a construção da primeira escola da cidade.

Desbravador, Amadeu chegou quando “era tudo mato”. Foi o que o motivou a abrir estradas, literalmente cortando o mato, abrindo vias, que hoje conhecemos como ruas da cidade. A antes conhecida como avenida sete, hoje tem seu nome porque foi Amadeu quem a abriu, com enxadas e facões. Claro, que tudo isso com ajuda de seus funcionários, inclusive seus filhos.

Um detalhe curioso, é que na época, ninguém o chamava de Amadeu, e nem pelo sobrenome. “Rafael”, como era conhecido e chamado por todos, inclusive pelos parentes, era seu apelido. Segundo relatos, faleceu sem saber por que assim era chamado. O curioso, é que esse apelido migrou de Uchôa, junto com seus amigos, que vieram junto com sua família para cá. Além disso, outro fato que poucos (inclusive da família) sabem, é que Amadeu foi presidente de um clube de futebol de Uchôa, antes de se casar.

Aliás, casamento, Amadeu teve dois. O primeiro, o fez ser pai de sete filhos, sendo cinco homens e duas mulheres. No segundo, ele teve mais quatro, totalizando 11 herdeiros.

E o que comprova o fato de Amadeu ter sido um homem extremamente importante para o desenvolvimento de Fernandópolis, é que, quando Fernando Costa uniu as vilas Pereira e Brasilândia, Amadeu foi convidado a ser o primeiro prefeito da história de Fernandópolis. Porém, seu negócio não era política, e recusou o convite. 

Por volta de abril de 1963, Amadeu começou a se sentir mal, tudo indicando que devido à grande quantidade de cigarros que fumava diariamente. Teve problemas respiratórios, excesso de tosse, até um ponto em que o pulmão não suportou, e ele acabou falecendo, no dia 11 de abril do mesmo ano. No entanto, diagnóstico da causa exata da morte, não se tem, devido à falta de médicos na região.  A partir de então, um dos vereadores da época, Vagner Rodrigues Costa (filho de Francisco Costa, da avenida três), propôs a homenagem a Amadeu Bizelli, em nomear a avenida que o próprio abriu com seu nome. E assim foi, e é até a hoje, a história do colaborador da construção da primeira escola de Fernandópolis e  gerador de empregos em nossa cidade.