A agressão sofrida pelo jovem Ronaldo Marques Barbosa, de 23 anos, durante a madrugada de domingo, 25, dentro de uma boate na Exposição de Fernandópolis, repercutiu fortemente durante a semana nas redes sociais e principais pontos de encontro da cidade. Até agora, quatro versões foram apontadas. A vítima, que teve um dente quebrado, cortes profundos na boca e várias lesões pelo corpo causadas por pancadas de cassetetes e chutes, já recebeu alta do hospital e se recupera na casa de parentes.
O caso do rapaz ganhou repercussão após mais de 400 pessoas compartilharem as fotos publicadas pela família após a agressão. De acordo com informações da vítima, a pancadaria teria começado quando ele tirou a camisa dentro da boate.
“Não sou daqui. Nas festas que vou, quando fica calor geralmente a gente tira a camisa. Não sabia que aqui não podia. Aí veio um segurança e me mandou por a camisa, enquanto eu estava colocando, outro chegou por trás de mim e me deu uma gravata. Quando dei por mim já estavam me batendo e a única coisa que dava para fazer é me proteger”.
“Sempre ouvi falar muito bem da boate. Combinamos de juntar a galera, eu minha esposa, minha irmã, o marido dela e amigos, para irmos só ao último dia e justamente nesse dia aconteceu isso”, completou Ronaldo.
Ainda segundo a vítima, seu cunhado, Eduardo Rodrigues, também foi agredido ao tentar ajudá-lo. Um golpe de cassetete na boca lhe rendeu seis pontos. A esposa de Ronaldo e sua irmã também acabaram feridas.
“Eram mais de 15 seguranças. Eu apanhei, minha esposa e a esposa dele também apanharam. Até pessoas que nem nos conheciam e tentaram ajudar apanharam. Minha esposa correu para o camarote e pediu para o presidente da festa mandar parar, mas ao invés disso ele mandou tirar da boate e descer o couro”, relatou Eduardo.
O cunhado da vítima relatou ainda que eles foram retirados da festa e levados para trás do recinto, onde seu cunhado teria levado chutes na cabeça e em todo corpo, além de mais golpes de cassetete.
Ronaldo e sua família fizeram quatro boletins de ocorrências. O exame de corpo de delito já foi realizado pela polícia cientifica.
Também pelas redes sociais, o proprietário da boate, Gustavo Sisto, se pronunciou dizendo que está à disposição da polícia para os esclarecimentos e que as imagens das câmeras da boate também serão entregues quando solicitadas. Gustavo disse ainda que realmente foi solicitada sua ajuda, mas que não tinha mais o que fazer: “...até a irmã do rapaz subiu no som e me pediu pra intervir, mas naquele momento já era impossível ,em nenhum momento em mandei bater em alguém como algumas pessoas estão me acusando(não sou louco pra fazer isso pois eu seria linchado pelo resto do público). Não aprovo nenhum tipo de violência, mas é importante lembrar que um segurança também teve seu nariz quebrado por eles na confusão...”.
Um rapaz que trabalha como segurança em Fernandópolis, mas que não estava trabalhando no momento da confusão, já que a equipe contratada para fazer a segurança da festa não é da cidade, disse que acompanhou tudo de perto: “Estava perto quando tudo aconteceu. O rapaz agredido foi colocado para fora da festa e por conta disso começou a chutar o portão porque queria entrar. Depois deu a volta e os seguranças seguraram ele lá fora. Com isso, uma pedra foi atirada e atingiu o nariz de um dos seguranças. As pessoas, sem saber direito o que estava acontecendo, jogavam cerveja nos seguranças para que eles parassem. Foi uma loucura. Nada justifica a agressão. Seguranças são contratados para garantir a ordem e integridade das pessoas. A ação de algumas denigre uma classe”, comentou.
Já de acordo com depoimento de uma moça que preferiu não se identificar, antes da confusão Ronaldo havia agredido sua companheira. “Eu estava do lado deles e vi quando ele estava agredindo a namorada. Aí ele tirou a camisa para se mostrar mais ‘machão’ ainda e foi quando o Gutinho viu e começou a discussão”, contou.