O Judô nasceu em 1882 no Japão, por um filho de um Samurai, o professor Jigoro Kano. Com apenas um metro e meio de altura, o pequeno japonês herdou as doutrinas do pai, e após um longo período de estudos sobre o JuJitsu (no Brasil chamado de Jiu Jitsu), criou a modalidade chamada “Judô”.
85 anos depois, em 1967, o Judô chegaria a Fernandópolis. A primeira academia foi instalada na antiga Avenida Sete, perto da Cesp, com nome de Associação de Judô Violin. Após a academia ter migrado para a Rua Sergipe, e posteriormente para o Tênis Clube, esta primeira associação chegaria a seu fim, em 1980. Foi onde o Sensei Mazinho fundou, sob gestão do ex prefeito Milton Leão, a Associação Municipal de Judô, na esquina do Estádio, em parceria com a diretoria de esportes.
Branca, cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom, preta. Estas são as etapas de graduação das faixas do Judô. No entanto, assim como em outras artes, o caminho não acaba simplesmente quando se chega à faixa preta. Existem cinco níveis de faixa preta, cada um é um Dan. Ao chegar ao sexto Dan, a faixa preta dá lugar a uma faixa vermelha e branca, que são as cores da bandeira do Japão. E ainda não acaba aí: ao chegar ao oitavo nível, a faixa passa a ser inteiramente vermelha, até o último nível de graduação do Judô, que é o nono Dan. No Brasil, existem dois Senseis com nono Dan.
O Judô de Fernandópolis é um verdadeiro poço de vitórias e orgulhos. Alguns atletas que hoje estão na seleção brasileira começaram nela, além de uma porção de faixas pretas que Mazinho formou. Na prateleira, dezenas de troféus: “Nem sei mais quantos nós temos”, disse brincando o Sensei. No currículo, o Judô fernandopolense já foi campeão paulista, brasileiro, sul americano e Pan americano, inclusive no masculino e no feminino, o que se torna um diferencial para a associação.
A disciplina do Judô é extremamente rígida. “Já endireitei várias crianças”, brincou Mazinho. “Ou faz certo ou faz errado, mas se fizer errado fica de castigo, e ‘apanha’ no tatame, não há meio termo”, inteirou. Uma das crianças que foram disciplinas por Mazinho é o atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Julio Semeghini. “Quando ele passa por aqui, sempre me agradece”.
De fato, a disciplina é algo imposto por todas as artes marciais. Segundo o vice presidente da Confederação Brasileira de Judô Francisco de Carvalho Filho, “o esporte é a ferramenta de inserção social mais eficaz que possuímos, pois o resultado é imediato e as transformações são surpreendentes”.
A relação prefeitura/judô é relativamente boa. O ex prefeito Luiz Vilar deixou uma dívida de R$21 mil com as subvenções da associação, porém na atual gestão não há problemas deste tipo.
Hoje, a associação conta com mais de 100 inscritos. De acordo com Mazinho, as categorias masculino e feminino de judô de Fernandópolis são referências no estado.