Situação de caçambeiros voltará a ser discutida na segunda-feira

20 de Agosto de 2025

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Situação de caçambeiros voltará a ser discutida na segunda-feira

A situação dos caçambeiros de Fernandópolis voltará a ser discutida somente na segunda-feira, 14, após mais uma rodada de negociações entre a Prefeitura, Ecoservice – empresa contratada para receber o entulho fernandopolense - e proprietários de empresas de caçamba da cidade.

Segundo o empresário Marcelo Pontim, proprietário de uma das empresas, em reunião com a prefeita Ana Bim (PSD), na quarta-feira, 9, teria ficado acordado que o tema voltaria a ser debatido após uma reunião que ela realizaria com a Ecoservice.

“Tínhamos, até então, a imagem de uma prefeita autoritária, que sequer abria espaço para opiniões. Hoje, pelo menos eu, já vejo de outra forma. Ela foi muito solicita, nos recebeu, ouviu e pediu um tempo para discutir essa situação com a Ecoservice. Na segunda, ela ficou de conversar com a gente de novo para nos passar o que foi discutido com a empresa. Agora vamos aguardar e torcer para que isso se resolva o mais rápido possível”, disse Pontim.  

A reunião com a Ecoservice, segundo informações, teria acontecido na quinta-feira, 10, mas o resultado segue em sigilo na da Prefeitura. 

O PROTESTO   

Cansados de esperar uma solução por parte da Prefeitura e sem mais nenhuma caçamba vazia para alugar, os caçambeiros da cidade resolveram estacionar seus caminhões com as caçambas cheias dos chamados “entulhos ruins” em frente ao Paço Municipal, na segunda-feira, 7, com o intuito de chamar atenção das autoridades em relação ao problema que a cada dia se agrava mais.

“Isso é muito mais sério do que eles estão imaginando. Nossas caçambas estão todas ocupadas com os materiais que a Ecoservice não recebe. O munícipe que for fazer alguma construção ou reforma vai ligar em qualquer uma das empresas da cidade para pedir uma caçamba e nenhuma vai poder oferecer o serviço a ele. Aí, ele tem duas opções: deixa de construir ou joga o entulho em frente de casa ou num lote vizinho, por exemplo, aí vão os fiscais da Prefeitura e multam eles. Será que eles não perceberam a dimensão do problema?”, perguntou Marcelo Pontim, no início do protesto.

O PROBLEMA

Em outubro do ano passado, o CIDADÃO trouxe a tona o problema que até então não foi resolvido. Uma falha no contrato firmado entre a prefeitura de Fernandópolis, Ecoservice Engenharia, Consultoria e Operação Ambiental e as empresas que prestam o serviço de recolhimento e transporte de entulhos na cidade estaria inviabilizando o serviço.

Isso porque no contrato constava que a Ecoservice era responsável apenas por receber o chamado “entulho bom”, que são os restos da construção civil. No entanto, os caçambeiros alegam que é impossível levar as caçambas para a empresa apenas com o entulho bom, pois os locadores jogam todo o tipo de resto das obras dentro delas.

“Se você locar uma caçamba, com certeza vai jogar tudo o que sobrar da sua obra dentro dela. Isso inclui pedaços de madeiras, ferros, latas. Só que quando chegamos lá para descarregar a Ecoservice só pega o entulho bom. O resto eles mandam de volta para gente. O que fazemos com isso? Aqui não tem nenhum ponto para descarte dos outros materiais”, explicou Paulo, proprietário de outra empresa de caçamba.   

Esse problema está fazendo com que as empresas acumulem o “entulho ruim” em seus pátios desde então e, a falta de um lugar para depositá-los, já praticamente parou os trabalhos de recolhimento no município.

FALSA SOLUÇÃO

Na semana seguinte a publicação de CIDADÃO sobre o caso, o secretário de Assuntos Jurídicos do município, Marlon Santana, afirmou que a Prefeitura já havia ampliado o contrato.

“A notícia saiu no final de semana e já estava tudo praticamente pronto. Havia um contrato vigente e era necessário respeitar os termos dele, mas quando chegou perto do vencimento abriu-se nova licitação e foram contratados novos serviços e é por isso que houve essa divergência de informações, mas o importante é que o problema está solucionado”, explicou Marlon Santana à época.      

No entanto, mesmo após as declarações de Marlon, segundo os caçambeiros, nada mudou. A empresa contratada continua sem receber os materiais.

“De fato está no contrato que a empresa tem que receber o entulho, mas ela não está recebendo e a Prefeitura não faz nada. Se ela não está cumprindo, a Prefeitura tinha que obrigá-la a cumprir ou desfazer o contrato e abrir espaço para alguém que cumpra. O que não pode é simplesmente ignorar o problema”, concluiu Marcelo Pontim.