A diretoria da Unimed Fernandópolis anunciou na manhã de quinta-feira, 13, a transferência de sua carta de clientes para a FESP – Federação das Unimeds do Estado de São Paulo. Com isso, a cooperativa fernandopolense deixa de ser operadora e passa a ser apenas prestadora de serviços médicos. A manobra, segundo os executivos, não trará prejuízos e nem aumento de custos aos usuários.
A diretoria não soube informar ainda quanto tempo levará a transição, mas citou como exemplo o caso da Unimed de Campos do Jordão, que também possui gestão compartilhada com a Fesp. Nesse caso, a transição teria levando o tempo de seis meses para ser concluída, apesar de que a unidade de lá ser bem menor comparada com a daqui.
“Na prática, isso significa que a Unimed Fernandópolis deixa de comercializar planos, o que começa a ser feito pela Federação das Unimeds e a nossa unidade passa a ficar apenas como prestadora de serviços médicos. Para o usuário e para o cooperado não há diferença alguma, o atendimento continua o mesmo, os serviços, hospitais, laboratórios, tudo funciona como antes. O que muda é que passamos a ter uma gestão compartilhada com a federação”, explicou o presidente da cooperativa, médico Paulo Estevão Parreira Duarte.
O MOTIVO
Perguntado sobre o que teria ocasionado essa transição, Estevão afirmou que o não cumprimento das normas da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar -, desde 2005, levou a alienação da carteira da cooperativa. A transição para Fesp teria sido a única maneira de evitar um leilão público dessa carteira, o que poderia prejudicar os usuários.
“Ao longo do tempo a Unimed não respeitou a agência reguladora do nosso setor e de uns três anos para cá ela percebeu que estávamos com problemas financeiros e, por isso, determinarou a alienação da carteira e a suspensão da venda de planos. Na administração anterior foi tentada a reversão disso, mas a ANS não sinalizou a reversão da situação”, explicou o superintendente da Unimed Fernandópolis Jurandy Marcelo Pessuto.
DÍVIDA
Sobre a situação financeira da cooperativa quem falou foi o gerente administrativo José Rodolfo Brianez. De acordo com ele, assim que assumiram, foi constatado um desequilíbrio de caixa, o que está sendo equacionado.
“Ainda temos um pequeno desequilíbrio, mas em relação aos últimos dias podemos dizer que já equacionamos 85% das dívidas. Existem dívidas fiscais, trabalhistas, e processos em andamento. Há também uma dívida bancária que nós equacionamos e tudo isso gera um volume. O montante chega a R$ 6 milhões”, disse.
Perguntados sobre a possibilidade de venda da atual sede da cooperativa para quitação da dívida, a diretoria não descartou essa possibilidade, mas espera não ter que se desfazer do imóvel.
“Vai depender do que a Fesp nos sinalizar de como será essa administração compartilhada. Se isso não for mais necessário para a cooperativa, talvez esse seja um imobilizado muito grande que não seja de interesse da Unimed manter, mas isso só o tempo é que vai dizer”, informou o médico Jurandy Pessuto.
FARMÁCIAS
As farmácias da Unimed localizadas na FEF – Fundação Educacional de Fernandópolis – e na cidade de Ouroeste serão fechadas por conta do baixo rendimento e do alto custo. As demais continuarão abertas, mas não sob o comando da Unimed. Elas serão terceirizadas, porém, os usuários da Unimed continuarão tendo os mesmos benefícios e descontos de antes, segundo os diretores.
DEMISSÕES
Indagados sobre possíveis demissões, os responsáveis pela Unimed atualmente afirmaram que as questões administrativas ainda não estão definidas.
“O pessoal da Fesp vem e, só aí, ficaremos sabendo o que cabe a gente e o que cabe a eles. Por enquanto, ainda não nos foi passado nada. Não temos ciência de como vai ser. Nesse processo vamos aprender também com eles”, encerrou Paulo Estevão.