“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição.” Esta frase de Aristóteles sintetiza bem os sentimentos que a música provoca em todos nós. As combinações de acordes e de vozes expressam o que há no interior de cada um e mostram quem realmente são: identidade e personalidade.
Se a música eleva a alma, ela é um meio de chegar ao mais alto dos céus. Assim, não é difícil encontrar o som dos cânticos e dos hinos nos diversos tipos de adoração e credo. Nesta série de reportagens, o CIDADÃO apresentará as experiências que são proporcionadas pelas bandas de Igreja e a influência que a música tem na vida e na relação das pessoas com a religião,cultura e, por que não, quem elas são no íntimo.
Para Thiago Sandrim Dourado, 27 anos, advogado e operador de negócios, tocar voluntariamente na Igreja da Matriz é uma doação em agradecimento a Deus por tudo que ele oferece. “Não pretendemos nos profissionalizar, apenas fazer nosso melhor sempre”, diz.
Há 14 anos ele está no grupo e, há 12, a formação continua sendo a mesma. Eles se encontram uma vez por semana para ensaiar e decidir os cânticos da próxima celebração. “Buscamos canções novas que chamem a atenção das pessoas para melhor concentração e adoração”, comenta.
Dourado afirma que a experiência é prazerosa e acrescenta que “o melhor lugar para um músico é junto do seu instrumento”. “No momento em que estamos juntos fazendo música, elevamos nosso pensamento para expressar um sentimento de agradecimento e oração”, conta. “A música tem o poder de acalmar a alma e limpar os pensamentos. Quando ela é voltada para Deus, o benefício é incalculável.”
Para o músico, a música devolve cada minuto dedicado a ela e, quando tocada de maneira séria, atinge o mais profundo de cada um. “Nossa colaboração com Deus é usar nossos dons para que as pessoas que estão procurando conforto espiritual possam se concentrar ainda mais e deixar a música sensibilizar”, diz.
Ser instrumento de Deus e beneficiar às pessoas de alguma forma também é o que motiva Antônio Sergio Paulino Junior, 17 anos, a tocar. Conhecido como Juninho Paulino, o música participa há três anos e meio na banda da Igreja Adventista da Promessa, faz parte da banda de Rock Cristão Escolhidos e do projeto da cantora Thereza Ruas.
Para Juninho, a música é o seu ministério e uma forma de levar a palavra de Deus a todo tipo de pessoas. “Agradeço a Deus por ter esse privilégio de pregar a palavra dele e o louvar com o maravilhoso dom que ele me concedeu para o exaltar”, diz. “Tive muitos benefícios, como pregar o evangelho onde vidas que estavam ouvindo o som aceitaram a Jesus como salvador da vida delas.”
A música sempre teve um lugar especial na vida de Juninho e, por isso, ele decidiu fazer dela a sua profissão. De acordo com ele, a experiência de tocar na Igreja tem lhe dado bons resultados. “É uma grande escola para crescimento musical, profissional e espiritual”, comenta. “Aprendi a tocar com a banda e ter dinâmica – saber a hora certa para cada momento, enquanto estamos tocando -. Enfim, a minha vida é louvar a Deus. Nasci para isso. O que tenho a fazer é levar a sua palavra a todas as pessoas por meio da música. Sinto-me honrado e perfeitamente bem.”
A experiência é em família. A mãe de Juninho também participa da banda na Igreja. Algo que, segundo ele, é gratificante. “Quando nos consagramos para oferecer o melhor a Deus, ele se faz presente. Esses são os frutos que vêm da adoração a ele”, conclui. “Posso dizer que sou feliz por fazer o que faço: viver de música e viver pregando a palavra de Deus.”