Enquanto várias reportagens do CIDADÃO demonstram a falta de pavimentação asfáltica em inúmeros bairros de Fernandópolis prejudicando a vida do munícipe, outro problema no quesito locomoção também pode ser observado. Calçadas irregulares, com rampas, feitas de materiais escorregadios e voltadas somente ao bem estar de quem as construiu vem impossibilitando que, principalmente idosos e portadores de deficiências físicas e motoras, caminhem tranquilamente.
Maria José Pessuto, Presidente da UNATI - Universidade Aberta da Terceira Idade, de 64 anos, foi vítima de uma dessas calçadas há pelo menos 15 dias. Enquanto caminhava pelas ruas próximas de sua casa justamente observando o problema de acessibilidade e locomoção para idosos, dona Maria José não percebeu uma rampa sem sinalização adequada. O tombo foi inevitável. “Muito mais que a dor física, que é um problema muito sério na terceira idade, fica a dor por dentro. Eu caminhei três quarteirões próximos a UNATI e a minha casa e pude observar cerca de dez obstáculos”, explicou a presidente.
Em entrevista feita no último dia 11, dona Maria José critica pessoas que fazem rampas na calçada para que os carros entrem mais facilmente nas garagens ou que utilizam materiais escorregadios para enfeitar a frente de suas respectivas residências. “As pessoas precisam pensar em um bem comum, os idosos não podem sofrer quedas ou arriscar suas travessias pela rua. Nesta idade o corpo fica frágil e uma queda pode levar a morte” enfatizou. Dona Maria José contou a história de uma amiga, que não quis revelar o nome, que foi vítima de uma queda e nunca mais pode fazer suas caminhadas por medo de sair às ruas de Fernandópolis outra vez.
“Eu gostaria de juntar meus amigos “caídos” e bater palma na frente das casas que apresentam estes problemas. Às vezes, até mesmo as próprias pessoas que moram nestas residências não possuem a visão que nós idosos possuímos. Não fazem por maldade”, reiterou. Dona Maria José pede que os munícipes atentem mais para estas questões que, segundo ela, são de “caráter cultural”.
A título de curiosidade, dona Maria José está bem e, aparentemente, só sofreu um hematoma no joelho, local de maior impacto da queda. Contudo, após o tempo transcorrido do acidente, ela ainda sofre fortes dores no local, principalmente no período da noite.