Vanessa Molina Sanchez é pedagoga e ministra aulas de dança na academia Garden de Jales, é professora de clássico pelo método Royal Academy of London e possui em seu currículo mais de 300 cursos na área de dança. Atualmente, atua em danças de salão, ballet clássico e contemporâneo. Com família de raízes fernandopolenses, ela se prepara para o mais novo desafio pessoal e profissional. Ao lado de Alessandro Fúria, ela comandará um dos bares mais charmosos da região, o Chalé Acústico.
Você já morou em Fernandópolis, o que a levou a mudar daqui?
Morei em Fernandópolis dos meus quatro anos até minha adolescência. Aos 15 anos comecei minha carreira como professora na área de dança, primeiramente em Fernandópolis, com Geraldo Bataglia no Santa Cecília, e na cidade de Iturama. Posteriormente fui contratada pelo Anglo de Jales, do senhor Soler, onde ministrava aulas nas outras escolas da rede. Comecei a fazer faculdade de Educação Física em Santa Fé do Sul e conheci a renomada e grande amiga Laura Lima. Decidimos, então, montar uma academia em Jales, cidade em que eu trabalhava e ela morava. Assim, por mais de 25 anos fui proprietária da Escola de danças Espaço A .
Qual seu vínculo com Fernandópolis?
Tenho um enorme apreço por esta cidade, meu vínculo se estende à família, aos amigos, toda uma trajetória da infância à adolescência, o início do trabalho que sustentou toda minha vida, as pessoas que me apoiaram, acreditaram. Meu vínculo com esta cidade é mais que um laço, é um nó. Não um nó que aperta, mas carinhoso, saudável. Hoje, esse vínculo se firma com essa nova jornada de ideais e planos para um empreendimento sustentável e de sucesso. Passei por um período muito difícil e encontrei e reencontrei nesta cidade tão querida - que é minha também, amigos que me apoiaram, me edificaram, bem como meus familiares e um novo amor. Só tenho a agradecer.
Quais são as lembranças que você tem daqui?
Lembranças? Tenho muitas. Coisas simples como comer paçoca e refrigerante no Tênis Clube, minha escola JAP, minha professora de Educação Física Maria Inês. Lembro de andar na praça, ir a missa, das gincanas na cidade, dos carnavais na Casa de Portugal, de cada momento engraçado, dramático de uma adolescente. Das festas, do Café Casinha, das paixões, desilusões, das dores, das alegrias. O que vale é termos uma história, uma referência, e Fernandópolis sempre carregou minhas lembranças mais positivas.
Você tem uma escola de dança em Jales e agora se tornou sócia de um dos bares mais charmosos da região. O que te despertou para isso?
Na realidade em um negócio não há o que despertar e sim a necessidade, oportunidade e perspectivas de rentabilidade, idealismo, ter a " cara " do que você procura e se você vai ser feliz . Há quatro anos vendi minha escola em Jales e mantive uma vida mais dona de casa por conveniência administrativa de um lar, e também porque a dança nos toma muito energia, tempo, por uma dedicação intensa e árdua, bem, afinal como tudo que amamos e estamos empenhados em ter sucesso. E eu tive, com certeza. Mas, tem hora que temos que parar e analisar as perspectivas, o bem-estar, a família, e decidi vender a escola. Mas, a vida nos surpreende, me separei e precisei estruturar minha vida novamente . Nesta hora pontuei coisas que gostaria de fazer, em que poderia ter sucesso e sem dúvida misturadas e intrincadas com cultura , arte, criatividade, música, dança, teatro. Enfim, surgiu então a oportunidade de comprar uma parte do Chalé. Uma casa charmosa, concordo, e com um potencial incrível, não apenas com shows musicais, mas se estendendo para a parte cultural em si, em âmbitos diferentes e que acrescerá para a cidade um enorme benefício. Como estratégia principal visaremos a qualidade. Quero deixar bem claro que qualidade nada tem a ver com o gosto individual de cada um, mas sim com o melhor que ofereceremos para todos os gostos.
Você continua ministrando aulas de dança?
Sim, na realidade nunca parei. Desde que vendi minha escola continuo ministrando aulas de danças de salão e inclusive o Chalé, a partir do meio de setembro, oferecerá cursos de aulas de Danças de Salão que irei ministrar e é claro, para todas as idades e tribos (risos). Caso alguém queira se aventurar, fica o convite.
Já tem um telefone de contato?
Tem si, o telefone de contato para quem quiser se inscrever é: 99643 2323.
O estilo alternativo do Chalé Acústico faz muito sucesso. Essa mistura de gêneros, idades e estilos se identificam com você em que aspecto?
Que coisa mais deliciosa, complexa, simples, que são as misturas, sem ela nem um bolo de fubá faríamos. Isso é a base de qualquer ser ou elemento existente neste mundo. Imagine uma coisa elementar e única, sem nuances, sem divergências. Isso é limitador, e eu diria que até preconceituoso quando não misturamos . O que faz me tornar melhor são as diferenças que a vida me apresenta e quanto mais me exponho a esses diferentes estímulos, mais eu aprendo e sei definir o que gosto ou não. É isso acontece na cultura, na arte, no dia a dia, e quanto mais estivermos expostos a variedade de estilos , gêneros e ideias, nos tornemos mais seletivos. Veja bem, isso não quer dizer segregador, apenas defino com mais propriedade o que gosto e passo a respeitar outros por ter conhecimento, pois quem não conhece , julga. Então, quanto mais mistura, diria que posso adquirir mais sabedoria, por isso me identifico com o Chalé, essa alternatividade, essa liberdade, que abre o olhar das pessoas como um todo. As misturas tanto no aspecto etário como nos hábitos musicais, tribos e o que tiver que mixar, o importante é o prazer de provar e viver.
Fernandópolis vive seu melhor momento, com conquistas importantes como a certificação do Hospital de Ensino e os excelentes números em relação à qualidade de vida dos moradores. Com o lazer e a cultura fazendo parte deste contexto, a tendência é que o público fique cada vez mais exigente. Como você vê essa questão?
Fico extremante feliz em conviver com pessoas maiores e melhores. Digo isso, pois nem sempre a exigência se define como uma coisa construtiva se não está aliada e agregada aquele que a faz, com o intuito do crescimento próprio ou de um grupo, ou de uma sociedade. Qualidade é super importante e exigir isso é para quem tem conhecimento de causa e sabe definir o bom do ruim em todos os aspectos e gêneros. Se Fernandópolis anda para frente, quem fica para trás come poeira, assim é a vida. Quanto mais formos exigidos, mais estimulados seremos. Quanto mais opiniões diferentes e baseadas em conhecimento , melhor.
O diferencial de vocês são os artistas covers, que causam grande interesse do público. Para a próxima semana, o palco do Chalé receberá duas grandes atrações: a Rita Lee cover e o Iron Maiden cover, que atingem fãs totalmente diferentes. O que vocês esperam destes dois shows?
Eu diria que sobre alguns aspectos o público é o mesmo: pessoas que gostam de música, de arte, de sorrir, se divertir, apreciar, cantar, se entregar. Esse é o melhor público e o que teremos nos dois dias. Quanto a faixa etária, gênero, estilo , realmente há uma diferença enorme, um rock leve e outra metal. O que esperamos? Sucesso para todos, que as duas noites tenham brilho próprio, tenham energia capazes de fazer com que aquele que estava um pouquinho cansado se restabeleça , ou aquele triste que se alegre. O que não queremos é a decepção. Desejamos as melhores noites, os melhores agudos e graves das vozes que estarão lá, afinal nada melhor que cantar. É como se estivéssemos gritando bem alto, onde extravasássemos as coisas negativas, o que nos aflige. Se um gritar "elele" e outro" huuuu" e chacoalhar a cabeça, não importa .O mais importante já foi feito, eu diria que a música é uma profilaxia para a alma.