Entre uma “carona” e outra, Osmar Aparecido Caravelo, de 61 anos, passa o dia. Sua rotina de trabalho começa cedo. No período letivo, Cido chega ao orfanato bem cedo para levar as crianças para a escola e outros compromissos como fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos e uma infinidade de afazeres. Durante o tempo que está com as crianças, procura sempre deixar os momentos agradáveis. Mesmo com seu jeito quieto, não tem quem não goste dele. “Trabalho aqui há 14 anos e adoro o que faço, procuro brincar com eles, mas quando tenho que falar sério, todos me obedecem. A regra número um quando entram na perua é colocar o cinto, eles já sabem”, explica Cido.
Tio Cido gosta mesmo de criança. Em casa tem três filhos com a dona Alba, que também trabalha na associação. Ela é uma das mães noturnas. Os filhos do casal já cresceram e deram a eles cinco netos, dois homens e três mulheres. Com tanto amor para dar, Cido e Alba, que completaram 44 anos de casados, consideram as crianças do orfanato como se fossem deles.
Além de conduzir as crianças aos seus compromissos com segurança, tio Cido também dá uma mãozinha nos serviços domésticos do orfanato. “Sempre que posso arrumo uma fechadura, o chuveiro e o que for preciso. Aqui, sou o homem da casa, brinca ele”.
Hoje, no Dia dos Pais, tio Cido já tem o presente garantido: abraços, beijos, sorrisos e muito carinho. Isso é tudo que ele precisa para ser feliz.