Para a maioria das pessoas, o mês de julho é sinônimo de praia ou campo, fuga da “cidade grande” ou saída do interior para conhecer a metrópole. Não importa para onde, o intuito principal está em deixar o lugar atual e rumar para um local agradável onde seja possível arejar a cabeça e esquecer os problemas dos primeiros seis meses do ano. Para a maioria dos estudantes de Fernandópolis isso não é diferente, principalmente para aqueles que estudam fora. Voltar para casa é poder reencontrar os amigos e ficar, mesmo que por pouco tempo, embaixo das “asas” dos pais. Este é o caso de Paula Miotto de Abreu, estudante de Publicidade e Propaganda na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Em entrevista ao CIDADÃO, Paula conta que a iniciativa de estudar fora de Fernandópolis foi facilmente tomada por ela. Contudo, após vivenciar de fato a saída de casa, novas experiências e amizades nunca conseguiram suprir a saudade do aconchego do lar. “Quando a gente está longe, acaba valorizando palavras e gestos que antes passavam despercebidos, mas que, agora, fazem uma falta imensa. Por outro lado, tudo traz um aprendizado”, enfatiza a estudante.
Paula conta que os dias que antecedem sua vinda para Fernandópolis são marcados pela ansiedade e o desejo de reencontrar seus pais e sua irmã. “Estar em casa é uma sensação maravilhosa, não sei como explicar. Enquanto estou em São Paulo, me conforta saber que está chegando o dia de voltar, mas quando estou em Fernandópolis, fico triste por saber que essa alegria terá um fim”, resume a estudante.
Contudo, a jovem não esquece que o propósito de ir para São Paulo está na qualidade de seus estudos e, principalmente, nas oportunidades de emprego que as metrópoles oferecem. “Eu não posso desistir, não agora. Quero dar orgulho aos meus pais que fizeram de tudo para eu estar aqui”, diz Paula.
Há mais de dois anos na capital do Estado, Paula trabalha na área em que estuda o que faz com que suas vindas para Fernandópolis sejam cada vez menos frequentes. Por um lado, se vê ocupada durante todo o dia, tirando um pouco do foco da saudade de casa. Contudo, sem esquecer-se de quanto é importante a presença física e o carinho dos familiares. “O tempo “voa” nessa cidade que nunca para e a saudade ameniza, porque a gente vai criando a nossa própria história. Mas a vontade de voltar está sempre comigo, só está adormecida, as vezes”, finaliza.