Mesmo faltando ainda mais de três anos para as eleições municipais, os grupos políticos já articulam e apontam possíveis lideranças. Isso acontece em quase todas as cidades do país. Fato deflagrado pela antecipação das eleições de 2014. Com necessidade de estruturação de partidos, candidatos buscam lideranças.
O exemplo mais claro é do deputado Itamar Borges, candidato a reeleição, que recentemente promoveu a mudança na comissão provisória do PMDB de Fernandópolis. Isso faz parte também do que muita gente já coloca como “projeção 20 anos”, que ganhou força nacionalmente nas últimas eleições.
Os políticos perceberam que um mandato de quatro anos é pouco para a concretização de grandes projetos e julgam a sucessão do governo por adversários é prejudicial. O engavetamento de obras é comum nesses casos. Portanto, agora, o importante não é só ganhar as eleições, mas sim trabalhar duro para manter o grupo político no poder por no mínimo 20 anos.
Se por um lado, os políticos pensam que essa seja a solução para de fato melhorar a vida dos “governados”, a população não pensa bem assim. Veja o caso das manifestações em todo o país. O descontentamento é generalizado. Salvo as exceções.
Colocar a nova geração no comando édar chance para a mudança de época e seguir a tendência das principais cidades do Brasil. Em Fernandópolis não é diferente. Novos nomes começam a aparecer no cenário e despertar interesses de grupos políticos. Nada de concreto ainda, afinal, para disputar uma eleição é preciso conseguir legenda, formar coligações e ter muito jogo de cintura para controlar os egos e conflitos.
Alguns partidos, de olho na “Projeção 20 anos”, começam a analisar com mais cautela a necessidade de renovação. O que fica claro nessas articulações é que provavelmente o futuro prefeito de Fernandópolis não tenha mais de 40 anos.
NOMES
Em maio deste ano, dois nomes entraram para a relação de possíveis candidatos. O primeiro foi o empresário e engenheiro civil Fabrício Falquette, 32 anos. Ele é o novo presidente do diretório provisório do PMDB e traz consigo uma legião de novatos filiados ao partido. “ O PMDB passou por algumas turbulências, mas já está tudo normalizado. O que queremos é trazer benefícios para a cidade. Disputar as eleições está em meus planos, mas depende de muita coisa. Estou com setenta fichas de filiados em mãos, todos novos na política como eu”, disse Fabrício.
O presidente do PTB, Renato Colombano, 27, ganhou maior projeção durante a Fernandópolis Expo 2013. Nomeado pela prefeita Ana Bim para comandar a festa, o empresário mostrou seu lado administrador e conseguiu realizar a festa em apenas 45 dias, surpreendendo grande parte da população. Derrotado nas urnas nas últimas eleições, quando disputou uma cadeira no Legislativo, seu nome voltou a ter força. Agora, já tem gente apostando alto na hipótese de que Renato dará trabalho na “briga” pela cadeira preta do Executivo. O PTB foi um dos partidos da coligação de Ana Bim. Para o empresário “o tempo se encarregará de engrenar as coisas. Nunca escondi minhas pretensões políticas, mas tudo depende da decisão de um grupo. Esse é o jeito certo de fazer política”.
Semana passadamais um novo nome foi cogitado. Agora, foi a vez do engenheiro agrônomo Marcos Mazeti, 42, do PV, ser alvo de especulações. Atualmente,Mazeti é presidente do Sindicato Rural de Fernandópolis, diretor da FAESP e assessor da deputada estadual Analice Fernandes. Durante doze anos foi responsável pela pasta da Agricultura no município e nega interesse em disputar as eleições municipais. “ Quero agregar, trabalhar pela cidade, defender o produtor rural, ajudar a alavancar o agronegócio no município, mas minha intenção não é ser prefeito, tenho minhas ocupações e estou feliz assim. O nosso partido quer participar sim, o que é diferente, afinal temos muitos nomes bons filiados, como o caso do Índio, por exemplo. Estamos sempre prontos para conversar”, finaliza.
Índio Fernandes diz que no momento não pensa em ser candidato e que acha muito cedo para qualquer decisão. “ A política local é muito complicada. É preciso acabar com as brigas, com as picuinhas. A cidade precisa de paz”, ressaltou.
André Pessuto, de 37 anos, acumula dois mandatos como vereador em sua carreira política, e dos nomes levantados é o mais experiente na vida pública. Filiado ao DEM, ele se diz candidato a prefeito desde que essa seja a vontade do grupo. “ Quem se dispõe a entrar para a vida pública sempre pretende galgar espaços cada vez maiores, mas não sou egoísta, a decisão é do grupo. Caso seja o escolhido para a disputa, vou trabalhar muito para ser eleito”, diz André.