Fernandópolis: uma cidade recheadade artistas

20 de Agosto de 2025

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Fernandópolis: uma cidade recheadade artistas

 Depois da grande variedade de artistas e artes aqui já expostas pelo CIDADÃO por meio da série “Fernandópolis: uma cidade recheada de artistas”, os responsáveis pela redação jornalística se questionaram sobre o que mais faltava ser falado e exaltado para demonstrar a variedade e qualidade dos artistas fernandopolenses.

Diante disso, esta semana, buscando uma nova identidade e alternativa da arte, o CIDADÃO foi conhecer um dos mais antigos e renomados tatuadores da cidade, Leandro Laguna. Pelas mãos precisas do artista já passaram as mais importantes homenagens e recordações de centenas de pessoas que resolveram marcar na pele seus momentos especiais.

Nascido em São Paulo - capital, Laguna veio para Fernandópolis logo no primeiro ano de vida juntamente com a sua família, onde  permaneceram desde então. Hoje, aos 33 anos, Laguna é casado com a advogada Taiza Mistilides e pai de uma linda menina, a Gabriela.

O artista conta que a paixão pelo desenho apareceu logo na infância. Era fissurado em desenhos, praticava com frequência, se destacando como exímio desenhista. Porém, foi quando Laguna conheceu a tatuagem, no auge de seus 17 anos, que a decisão de viver intensamente este tipo de arte aflorou em sua vida.

Com apoio total de seus pais, ele conta que a maior dificuldade estava em aprender as técnicas de outros tatuadores da região. “Naquela época, era muito difícil que algum outro tatuador passasse seus conhecimentos a um aprendiz. Para ser aceito entre os tatuadores era difícil, era quase uma seita. Para entrar era preciso ser chamado em uma espécie de iniciação”, diz o tatuador.

Enxergando uma brecha no mercado de tatuadores no início de sua vida profissional, que hoje já completa 16 anos, Laguna sempre buscou a qualificação de seus trabalhos, tanto esteticamente quando em questões de segurança, como nos requisitos de higiene necessários. Crítico da “tatuagem de fundo de quintal”, o artista baseia sua vida profissional primeiramente no amor a arte.

Tratando cada trabalho não apenas como um ganha-pão, mas também como uma representação artística de seus conceitos de vida, história e sentimentos, Laguna conta que é totalmente contra a tatuagem como uma “produção mecanizada”. “A tatuagem é muito mais que apenas um desenho na pele. Ela é o que somos e o que representamos perante o mundo. Faço nas pessoas o que faria para mim, mesmo que eu fizesse um mesmo desenho mil vezes, ele seria diferente em cada uma das vezes. Isso porque a cada momento modificamos nosso jeito de ser e isso se reflete no desenho, no caso do tatuador”, enfatiza. 

Curado de uma doença grave há três anos, Laguna conta que não parou de trabalhar mesmo enfrentando as pesadas sessões de quimioterapia. A saudade e a vontade de tatuar eram mais fortes e nas semanas em que estava de repouso, só pensava em voltar a fazer aquilo que ama. A doença fez com que ele perdesse cerca de 30 quilos, mas não a vasta clientela de amantes da tatuagem de Fernandópolis e região. Como mensagem aos fanáticos por tatuagens, Laguna deixa um recado para quem deseja marcar o corpo: “Pense bem na estética, tenha certeza do que se quer e, principalmente, procure profissionais de verdade”.