Uma casa normal, sem qualquer atrativo ou luxo exacerbado, situada na Rua Cerqueira César, poderia passar despercebida aos transeuntes. Mas, esta rua é especial. Ela guarda um artista fernandopolense que humildemente retrata deslumbrantes paisagens, animais e tudo de mais belo que a natureza pode oferecer através de tinta, inspiração e muito talento.
Esta semana, o CIDADÃO recebeu, através de contatos, o endereço de um local onde poderia ser encontrado mais um entre as centenas de artistas escondidos que Fernandópolis possui. E a suspeita foi concretizada. No local indicado encontramos Milton Burgatti, um senhor de 87 anos de idade que, em seu bairro, é mais conhecido somente por Sr. Milton.
Hospitaleiro e de sorriso espontâneo e verdadeiro, Sr Milton sempre teve sua vida voltada à arte da pintura, mesmo que isso fosse velado em outra forma de serviço. Isso se deu porque, quando mais jovem, Sr. Milton era pintor de casas, trabalho este onde aprimorou o dom que já fazia parte dele desde pequeno.
Hoje, aposentado de seus serviços na Prefeitura de Fernandópolis por problemas de saúde, ele encontrou na pintura em tela um hobby de muito bom gosto. Sua filha Célia Burgatti conta que o pai acorda logo cedo e passa horas a fio matutando o próximo desenho. Contudo, desde os seis anos de idade, já gostava de retratar em azulejos. O resultado final pode ser observado pelo perfeccionismo e talento ímpar que Sr. Milton aprimora a cada dia.
Natural da cidade de Jaboticabal, Sr. Milton passou praticamente a vida toda em Fernandópolis, local onde estabeleceu família. Contudo, a modéstia de Sr Milton fez com que suas pinturas fossem espalhadas por outras cidades como Londrina, Mirassol e Campo Grande. Isso se deu porque Sr. Milton não resiste aos apelos dos familiares que residem nestas cidades e, a cada visita, encantados com os quadros pintados por ele, levam as obras como forma de relembrar com carinho do artista.
Casado há 30 anos com Dona Aparecida Pomaro Burgatti, Sr. Milton e sua esposa conseguiram estabelecer um vínculo de união aliado ao respeito mútuo que compartilham mesmo após tantos anos de convivência. Um matrimônio tão belo quanto as telas que o artista produz.