Inserida na cultura brasileira, as boas e velhas músicas sertanejas tocadas por uma viola bem afinada ou uma sanfona chorosa, acompanhadas de canções com melodia simples, porém, muito românticas e verdadeiras, moldam o jeito de ser da maioria daqueles nascidos em terras interioranas.
O “sertanejo”, como é mais conhecido, teve seu crescimento e disseminação no interior de alguns Estados brasileiros como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Mas foi no Mato Grosso do Sul que o artista desta semana nasceu e, logos nos primeiros anos de vida, após ouvir uma transmissão de rádio em idos dos anos 60, determinou sua carreira e descobriu sua paixão pela música raiz.
O nome Francisco Ferreira de Souza pode não parecer tão conhecido à primeira vista, mas quando identificamos o personagem somente por Thito, sorrisos se abrem nos rostos e se faz enorme a expectativa de voz e violão através de músicas de qualidade.
Mato-grossense, Thito sempre esteve em contato com música sertaneja. Primeiramente, por meio de seu pai que, por ser violeiro, aproximou dele os primeiros acordes. Contudo, Thito deixa claro que o pai não o influenciou a seguir a carreira na música. “Meu pai me deixou muito livre para escolha, mas, desde pequeno, sou apaixonado por música” enfatiza o músico.
O violeiro morou em algumas cidades no decorrer de sua vida. Em Curitiba, no Estado do Paraná, chegou até a dividir os palcos com um parceiro na música quando tinha uma dupla sertaneja denominada Tito Marquês e Alessandro. Os dois tocaram em muitas feiras, festas e eventos da região sul do país, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde Tito aprendeu a gostar dos “vaneirões” gaúchos.
O músico tem em artistas, como Zé Ramalho, Osvaldo Montenegro e Alceu Valença, algumas de suas influências. Já no sertanejo raiz, Tião Carreiro e Pardinho, como também Milionário e José Rico, são seus principais inspiradores.
Thito também já tocou na noite com sua esposa Marli, em jantares dançantes, barzinhos e restaurantes. O artista diz que incorporou musicas da Musica Popular Brasileira ao seu repertório para agradar todos os estilos. Hoje sua esposa não faz parte das cantorias noturnas, porém, Thito está sempre disposto a levar a cultura sertaneja pelas noites afora.
Apesar de não ser filho da terra, foi em Fernandópolis que Thito deu novo fôlego a sua arte. É ele quem conduz a orquestra de violeiros de três cidades da região, sendo elas Guarani D’oeste, São João das Duas Pontes e São João de Iracema, além da orquestra de Fernandópolis. Nos locais, ele ensina mais de 100 pessoas de várias faixas etárias sobre como dominar a arte da música caipira através da viola.
Thito também pretende instaurar um Centro de Tradições Caipiras em Fernandópolis. “O intuito do projeto é de resgatar a cultura interiorana ligada ao sertanejo como estilo e vida”, diz o artista. Ele conta com a ajuda da Secretaria Municipal da Cultura para auxiliar na concretização da ideia.
Quem tiver interesse em assistir os ensaios da Orquestra de Violeiros, basta ir ao Teatro Municipal todas as segundas-feiras, a partir das 20h.
