As obras de reforma nas UBSs – Unidades Básicas de Saúde – de Fernandópolis está obrigando a população a procurar atendimento médico em locais improvisados. O improviso, se temporário, seria até aceitável, porém, esta situação já perdura por cerca de dois anos.
É o caso da unidade “Carlos Gandolfi”, no Jardim Ipanema. Com a ordem de serviço assinada desde o dia 10 de janeiro de 2011, apenas 27% da obra foi concluída até o momento. Isso porque, desde que os trabalhos foram iniciados no local, a empreiteira responsável abandonou a construção diversas vezes por falta de pagamento.
Este ano as obras foram retomadas, mas ainda não há uma data prevista para conclusão, segundo as secretarias de Planejamento e Obras do município.
Enquanto isso, as famílias que necessitam de atendimento naquele bairro têm que se espremer em uma casa pequena, alugada na gestão passada, que não possui nem banheiro para os usuários.
Como se não bastasse, o local improvisado fica em uma rua “morta” e escura. Isso facilita a ação de bandidos que já furtaram a unidade diversas vezes. Quatro dessas em menos de um mês.
“Onde já se viu? Quando precisamos vir ao médico temos que esperar na rua, pois não tem espaço aqui dentro. Se eu precisar ir ao banheiro, perco meu lugar na fila, porque tenho que ir em casa. Ainda bem que temos pessoas maravilhosas trabalhando aqui, porque se o atendimento fosse ruim poderia abandonar de vez”, disse Erica dos santos, moradora.
A situação se repete na unidade Antonio Santilio na COHAB Antonio Brandini. Por falta de pagamento, a empreiteira responsável pela obra também abandonou os trabalhos várias vezes no ano passado.
Uma dessas paralisações durou cinco meses e o local se transformou em ponto de tráfico e uso de drogas. Os trabalhos foram retomados no período eleitoral e, novamente, paralisados após a eleição. Este ano a empreiteira voltou a trabalhar na obra.
A casa alugada para receber a unidade, enquanto não fica pronta, é um pouco maior que a do Jardim Ipanema, mas não o suficiente para comportar a demanda. De acordo com a prefeitura, 78% da obra foram concluída.
Isso se repete também na Brasitânia, Pôr do Sol e Caic. Ao todo, serão investidos R$ 2,7 milhões nas 15 unidades de saúde do município.