A ação que ocorre em Fernandópolis e fechou a prefeitura na manhã de hoje em busca de documentos investiga uma possível fraude em contratos firmados entre a prefeitura de Fernandópolis e a empreiteira DEMOP. Votuporanga, Jales, Santa Fé do Sul, Mirassol, Guapiaçu e Catanduva também estão na investigação.
A ação visa apreender documentos, computadores e outros tipos de mídia que comprovem o esquema montado pela empreiteira DEMOP do Grupo Scamatti, com sede em Votuporanga.
Segundo a investigação, os empresários responsáveis pela empreiteira teriam criado empresas em nome de “laranjas” para oferecer valores mais altos do que o de mercado em licitações para serviços de pavimentação, com o objetivo de superfaturar as obras. Assim, a DEMOP “cobria” a oferta e pegava os serviços.
Há indícios de que servidores e agentes públicos facilitaram a atuação da organização criminosa para desviar recursos municipais, estaduais e federais. Durante a investigação, foi constatada a entrega de R$ 70 mil em espécie, destinada ao pagamento de propina para servidores municipais.
Em Fernandópolis, o chefe do Departamento de Compras da administração passada, Osmar José Cavariani, foi detido e encaminhado para São José do Rio Preto. Também há informações de que o ex-prefeito Luiz Vilar de Siqueira esteja em Rio Preto dando depoimento.
As buscas, apreensões e mandados de prisão seguem durante todo dia em casas de empresários, funcionários, prefeitos e ex-prefeitos, além das sedes de empresas por agentes da Polícia Federal.
O expediente na prefeitura fernandopolense só deve ser retomado por volta das 14h. Enquanto o promotor Daniel Azadinho verifica a documentação do município, os servidores seguem impedidos de trabalhar.
Por volta das 14h, o Gaeco apresentará o balanço da operação. A reportagem tentou entrar em contato com a DEMOP, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.